quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

EM PLENA FLORESTA

Em plena floresta, professores sateré maué se formam com beca e juramento
Leandro Prazeres
Especial para UOL Educação
Em Maués (AM)
Sob o escaldante sol da Amazônia, 39 indígenas da etnia sateré maué comemoraram o 7 de setembro de um jeito diferente. Na comunidade do Marau, localizada a pouco mais de duas horas de lancha do município de Maués (a 269 km de Manaus), o grupo se transformou na primeira turma indígena da secular Ufam (Universidade Federal do Amazonas) a receber um diploma de nível superior. Para celebrar a data, uma festa de formatura com direito a beca e juramento foi montada na própria aldeia onde vive a maioria dos formandos.

Na comunidade do Marau, 39 professores se graduaram em ciências naturais pela Ufam (Universidade Federal do Amazonas) nesta segunda (7)


Maués tem uma população de aproximadamente 49 mil habitantes dos quais ao menos 5 mil são indígenas da etnia Sateré Maué. Eles são conhecidos pelo manuseio do guaraná, planta que é cultivada no município e vendida como matéria-prima de refrigerantes e como estimulante natural.

A conquista dos índios sateré-maué tem algo de emblemático. Eles vivem afastados dos grandes centros urbanos e a única chance de conseguirem formação em nível superior restringia-se a deixar as aldeias em direção a cidades próximas como Maués, Parintins ou Manaus.

Para o coordenador de educação indígena de Maués, Euro Alves, esse "êxodo" seria prejudicial aos 1.976 alunos indígenas do município. "Temos poucos professores. Se eles saíssem para estudar, traria um prejuízo enorme pra gente", diz.

A saída encontrada pela prefeitura de Maués foi levar a formação até os indígenas. Um convênio com a Ufam firmado em 2004 resolveu, em parte, o problema. A universidade levou professores do curso de licenciatura plena em ciências naturais para dentro da floresta.

Durante quatro anos, os indígenas passaram suas férias na comunidade Paraíso, uma instalação erguida na selva por missionários católicos. Lá, quase todas as 54 disciplinas do curso foram ministradas. Durante meses, os índios deixavam suas aldeias para frequentarem as aulas. Algumas "cadeiras" que demandavam mais infra-estrutura, como informática, foram ministradas na sede do município. "Foi muito cansativo. A gente não teve férias. Quando não estava na sala dando aula, estava na sala tendo aula", brinca a formanda Aliete Maria da Silva, 32.

O responsável pela turma indígena, professor Takeshi Matsuura, 35, diz que essa foi uma das experiências pedagógicas mais enriquecedoras de sua vida. "Eu nunca tinha trabalhado com índios. Eles se mostraram alunos exemplares", elogia Takeshi.

Ele explica que o curso de ciências naturais repassou noções de biologia, química, física, informática além de outras disciplinas. Com essa formação, garante, "os formandos poderão ministrar o ensino indígena com melhor qualidade".

O coordenador administrativo do programa especial de formação docente da Ufam, José Felício da Silva, admite, porém, que a formação dada aos professores do Marau é generalista se comparada a dos professores que atuam nas cidades. "Realmente, é uma formação genérica, mas temos que levar em consideração a carência dessas populações. Com certeza, agora, os professores estão mais bem preparados que antes e vão poder dar aulas melhores", afirma Felício.
Formatura
Ao contrário do que se pode imaginar, a festa de formatura dos saterés não teve rituais com índios trajando cocares e tocando flautas. Os formandos vestiam becas negras como qualquer aluno do mundo. No cardápio, em vez de um buffet tradicional, o menu trazia carne de boi assada e sapó, um preparado de água e pó de guaraná ralado na língua do pirarucu, o maior peixe de água doce do mundo. A bebida, dizem, tem efeito estimulante.

A região do rio Marau, onde houve a formatura, tem pouco mais de 3,2 mil índios saterés é composta por pequenas comunidades de casas de madeira cobertas com palha. Há muito tempo os saterés deixaram de viver em malocas. Na maioria das comunidades indígenas da Amazônia, as malocas foram combatidas por missionários religiosos que viam as casas coletivas como redutos de "promiscuidade".

Na comunidade do Marau, a maior parte da população divide-se entre católicos e evangélicos. As habitações ficam no alto de um pequeno morro e se dispõem ao longo de quase um quilômetro mata adentro. Uma das únicas construções de alvenaria do local é a escola municipal indígena, que atende os alunos das redondezas.

Além das iguarias, o toque indígena da cerimônia de formatura ficou por conta do juramento. Cristina Santos de Souza lia o texto em português enquanto Madalena Alves Alves traduzia e repetia o texto na língua materna dos sateré. Em coro, os demais formandos repetiam as frases em sateré mostrando que o cerne da cultura local ainda resiste ao contato de mais de 300 anos com o homem branco.
Dificuldades
Ministrar um curso superior na selva não é tarefa fácil, garante Takeshi Matsuura. Para ele, a principal dificuldade enfrentada por alunos e professores infraestrutura para as aulas. "O deslocamento era muito grande e nós vivíamos num esquema de confinamento. Ficávamos lá durante algumas semanas dando as aulas. Foi muito puxado", explica.

Takeshi diz que houve uma seleção criteriosa para a escolha do corpo docente. "Não queríamos alguém para doutrinar os índios. Nós viemos para ensinar como as coisas funcionam no mundo dos brancos. Se eles entenderem que isso funciona para eles, tudo bem, se não, eles ignoram e está tudo certo. Não viemos 'catequizar' ninguém", afirma.

Aristíade Michiles, 62, é o formando mais velho da turma. Atua como professor há 15 anos nas comunidades indígenas do rio Marau. Diz que virou professor porque viu que sua comunidade era carente em educação. "Quando eu comecei a dar aula, a maioria dos mais novos tinha que sair da aldeia para completar os estudos. E quando eles saem da aldeia, muitos não voltam e isso é ruim para o nosso povo", diz Aristíade.

Euro Alves afirma que a graduação dos 39 professores indígenas deve minimizar o êxodo de alunos. " A educação é a principal porta de saída dos nossos índios para a cidade. Essa formatura é muito importante para nós porque sinaliza uma possibilidade de formação melhor para os nossos mais novos", explica.

ABUSOS SEXUAIS CONTRA AS ÍNDIAS YANOMAMI

Relatório das diligências em Roraima


Deputado Marcos Rolim - PT/RS
Presidente da Comissão de Direitos Humanos




“... Os parentes mandaram nós para falar a todo mundo. Eles (Exército) prometeram: olha Yanomami, nós vamos fazer aqui quartel para proteger vocês, para não deixar entrar garimpeiro, não deixar entrar qualquer pessoa que maltrata povo indígena. Lá, o que eles fizeram, levantaram a casa deles e trouxeram a luz. Agora, estão mexendo lá. Eles estão solteiros. As mulheres deles ficaram em Boa Vista. Chegam lá, eles começam a mexer com as índias. Ficam pedindo para dormir com elas e dão as coisas de comida, de arroz, farinha. Usam nossas índias. Agora estão doentes. Tem a doença transmitida, estão doentes , gonorréia, sífilis. Vocês estão querendo matar todo o meu povo...”

Davi Kopenawa






I - Introdução:


Há cerca de dois meses, recebemos, na Comissão de Direitos Humanos, por parte do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a grave denúncia de que índias Yanomami estariam sendo vítimas de abuso sexual por parte de soldados do Exército Brasileiro. De início, nossa intenção foi a de realizar uma audiência pública para tratar do tema, com a presença de lideranças indígenas e de autoridades militares da amazônia. Após aprovado o requerimento nesse sentido, na Comissão de Direitos Humanos, nossa assessoria recebeu, de parte da assessoria parlamentar do Excército, a sugestão de uma viagem à área Yanomami para que pudéssemos nos inteirar a respeito da verdade dos fatos. Até então, as declarações oficiais das autoridades militares negavam peremptoriamente a veracidade das denúncias. O Exército viabilizaria o deslocamento de Boa Vista até a região, o que tornaria possível o acesso às tribos. De início, concordamos com essa sugestão e suspendemos a audiência. Para nossa surpresa, tomamos conhecimento de que uma “comitiva” de parlamentares vinculados às FFAA estava sendo formada para a viagem, independentemente de qualquer gestão da CDH. Tomamos, então, a decisão de comunicar à assessoria parlamentar do Exército que não integraríamos a referida comitiva e passamos a organizar uma viagem por nossa própria conta. A data oportuna surgiu com a realização da trigésima Assembléia Geral dos Tuxauas (Caciques) de Roraima, entre 5 e 8 de fevereiro. Em uma aldeia distante 130 km de Boa Vista, cerca de 180 Tuxauas, representando as etnias Macuxi[MR1], Wapixana, Yanomami, Ingarikó, Taurepang, Wai-Wai, Yekuana, Maiogong, Waimiri-atroari e Patamona, reuniram-se, como o fazem anualmente, para discutir seus problemas mais sentidos e unificar reivindicações e formas de luta que preservem os seus direitos. Participei na quinta feira (dia 8) da Assembléia e combinei com a representação Yanomami presente - mediante auxílio de membros do Conselho Indigenista de Roraima (CIR), do administrador regional da Funai de Davi Kopenawua , a principal liderança Yanomami - uma visita no dia seguinte à Surucucus, região Yanomami onde há uma unidade avançada do Exército e onde os casos de abuso sexual teriam acontecido. O deslocamento até Surucucus deu-se em um avião da FUNAI. Na oportunidade, mantivemos contatos com os índios e recolhemos o testemunho de 3 meninas Yanomami. De volta a Boa Vista, à noite, mantivemos contatos com representantes do CIR, com a imprensa local e com entidades que acompanham a causa indígena em Roraima. O relatório que segue sintetiza nossas principais conclusões.




Os termos de um conflito histórico:


O estado de Roraima simboliza, hoje, uma das últimas fronteiras brasileiras. Estima-se que a população indígena de Roraima seja, atualmente, de 36 mil pessoas, o que equivale a 10 % da população total do estado. Entre a civilização branca de Roraima observa-se, nitidamente, uma postura beligerante com relação aos índios. Para o senso comum construído entre os brancos que migraram para a região, os povos indígenas representam, antes de tudo, um grande inconveniente. As terras que já foram demarcadas - como a área Yanomami, por exemplo - são extensões imensas em plena floresta. Outras, que ainda aguardam pela homologação - como a área Raposa Serra do Sol, também. Muitos políticos e autoridades do estado de Roraima possuem fazendas e interesses econômicos a preservar nessas áreas indígenas. Como se não bastasse, as riquezas minerais da região são muito significativas (notadamente, ouro, diamantes, cassiterira, cobre, zinco, molibdênio e urânio) o que mobilizou poderosos interesses vinculados ao garimpo.
Especialmente durante os anos 80, tivemos em Roraima uma verdadeira “corrida ao ouro”. Aventureiros de todos os lugares chegaram à Roraima com a idéia de um Eldorado a seu alcance. No auge da febre mineradora, chegou-se a extrair entre duas a três toneladas de ouro por mês em Roraima. Mesmo com grande parte dessa produção sendo sonegada e desviada do estado, a renda pública no período chegou a crescer 2.000%. Luigi Eusebi nos oferece uma idéia desse período assinalando: “o comércio local triplicou e os depósitos bancários cresceram 500%. Multiplicaram-se as agências e as companhias de táxis aéreos. Repentinamente surgiram 213 casas de compra e venda de ouro, diamante, dólares, quase todas ilegais; construíram-se 17 novos hotéis; a conexão aérea com Manaus, única cidade que une Boa Vista ao resto do mundo, garantida anteriormente por poucos vôos da Varig, chegou a 35 vôos semanais. Na floresta foram construídas 162 pistas de aterrisagem clandestinas, utilizadas por 400 táxis aéreos; na densa mata, operam 4.500 máquinas e mais de mil dragas extraem ouro dos rios. O consumo de combustível é o mais alto do país. O departamento de Aviação Civil do aeroporto de Boa Vista calculou 7.995 decolagens e aterrissagens em janeiro de 1989...”(1 )
Com esse tipo de atividade, a economia de Roraima vinculou-se fortemente ao garimpo a ponto de, nos anos 80, o preço dos principais produtos à venda em Boa Vista ser calculado de acordo com as cotações do ouro. As técnicas de extração do ouro sempre foram rudimentares por conta das características da área e das dificuldades de deslocamento. Para amalgamar o material colhido, usa-se o mercúrio que fixa o ouro, enquanto exala vapores tóxicos e polui os rios com um veneno de ação prolongada. Calcula-se que, para cada grama de ouro extraído sejam utilizados até dois gramas de mercúrio. Se, em 1989 foram extraídas mais de 20 toneladas de ouro em Roraima, então, pode-se ter uma idéia das dimensões do problema ecológico produzido pelo uso do mercúrio.
A disputa pela terra e, portanto, por condições mais favoráveis de acesso às riquezas minerais da região, colocou as elites econômicas e políticas de Roraima em uma linha direta de conflito com os povos indígenas. A história de violência e de abusos praticados contra os índios nesse estado ainda está para ser contada. Ela equivale, de qualquer modo, a um genocídio praticado em um espaço relativamente curto de tempo e se desdobra até hoje em uma série de ocorrências que vão das ameaças corriqueira até à tortura e ao assassinato de lideranças indígenas, além de um clima político hostil criado contra a Igreja, as Organizações Não Governamentais e os especialistas estrangeiros que se tornaram aliados dos povos indígenas. Esse genocídio foi e vem sendo praticado com a conivência e, muitas vezes, com a participação direta de fazendeiros, empresários locais, políticos, governantes, agentes policiais, parte dos órgãos de imprensa e parte das autoridades do Poder Judiciário.
Sobre este pano de fundo, os interesses estratégicos da “Segurança Nacional” , pensados e definidos pelos comandos militares, vieram a se sobrepor como um novo desafio às populações indígenas. Por conta do projeto “Calha Norte” , idealizado ainda ao tempo da ditadura militar, passou-se a implantar na região - próximo à fronteira com a Venezuela, postos avançados do Exército. Segundo o projeto, outros ainda deverão ser construídos. Todos eles no interior de terras indígenas e sem qualquer tipo de acordo com as comunidades que, por força de disposição constitucional, são as verdadeiras donas da terra. Esse é o caso, por exemplo, da unidade militar que se pretende construir em Uiramutã (6° Pelotão Especial de Fronteira) , uma cidade fantasma com 180 habitantes plantada em plena área indígena. (Ali foram erguidas 32 casas e, às custas de uma fraude eleitoral, declarou-se a emancipação. Graças a uma corajosa e inédita decisão liminar de um Juiz Federal de Roraima - Dr. Helder Girão Barreto - a idéia não prosperou.) As principais lideranças indígenas não se opõe à instalação dessas unidades militares. Exigem, entretanto, que elas sejam instaladas a, pelo menos, 10 km das “malocas” - unidades habitacionais que reúnem de 30 a 150 índios, unidos por laços de patentesco. A experiência já vivida pelas populações indígenas em contato com as unidades militares foi suficiente para que elas desejem distância dos abnegados soldados que para lá são deslocados. O caso de abuso sexual contra as índias Yanomami é, tão somente, uma dessas razões.


III - Os netos de Omam:


Os Yanomami são um dos povos mais antigos e primitivos do planeta. Sua história de contato com a civilização branca é recente tendo se estreitado, fundamentalmente, a partir dos anos 70. O complexo e difícil idioma Yanomami divide-se em 4 dialetos: Yanã, Yanomã, Yanomamó e Sanumá. Pesquisas linguísticas demonstram que o ponto histórico de diferenciação do tronco comum situa-se em algum lugar no tempo entre 700 e 3.500 anos passados. Sabe-se pouco sobre a história dos Yanomami, identificados, pela primeira vez, no século XVIII. Em parte, porque as condições climáticas da região impedem a preservação de registros fósseis; em parte, porque os Yanomani não enterram seus mortos. Sua tradição envolve os hábitos de cremação e de ingestão das cinzas dos ossos carbonizados.
Os Yanomami são um povo nômade. Uma de suas características mais impressionantes é a fragmentação das aldeias, o que gera novos grupos no espaço de duas ou três gerações. Suas unidades independentes -onde há, em geral, uma “maloca” ou, na língua Yanomami, “shabono” - caracterizam-se por uma rotina onde se utiliza, normalmente, uma área de 30 km de diâmetro para caçar. Periodicamente, essas unidades se mudam para outras áreas a procura de alimentos e para que a terra “não se canse”. Além da caça, vivem da coleta de frutos e de uma agricultura rudimentar centrada no cultivo da mandioca, cana, batata doce, abacaxi, tabaco, urucu e vários tipos de banana. Cultivam também o algodão, carauá, bambu e outros vegetais dos quais utilizam as folhas, sementes e fibras para artesanato, para adorno e para rituais mágico-sacrais. Conhecem determinadas ervas alucinógenas e as utilizam eventualmente para fins terapêuticos ou para alcançar certos “poderes”.
Fonte de recursos, a floresta significa mais do que um espaço para a sobrevivência Yanomami. Segundo Bruce Albert, ela é uma “entidade viva, com uma manifestação invisível (urihinari) , um sopro (wixia) , bem como um princípio imaterial de fertilidade (nërope). Os animais (yaropë) que abriga são vistos como antepassados míticos metamorfoseados em razão do seu comportamento descontrolado. Nas suas colinas, rios e lagos, se escondem inúmeros seres maléficos (nëwaripe) que ferem ou matam os Yanomami como se fosse caça, provocando doenças e mortes. No topo de suas montanhas moram as imagens dos ancestrais-animais da primeira humanidade (yaroripë) que se tornaram os espíritos xamânicos xapiripë deixados por Omam para cuidar dos humanos.Toda a sua extensão é coberta pelos espelhos mirekopë onde brincam e dançam esses espíritos. Na profundeza das águas esconde-se o monstro-sucuri Tëpërësiki, sogro de Omam, onde vivem também os espíritos Yawarioma, cujas irmãs seduzem e enlouquecem os jovens caçadores Yanomami”. (2)
Os Yanomami não possuem divindades. Acreditam, entretanto, em “espíritos” que podem ser “bons” ou “maus”. Sua rica mitologia é mantida - como de resto sua tradição cultural - pela memória e pelos relatos entre as gerações. Eles se consideram “netos de Omam”, o primeiro homem que criou todas as formas vivas e os nomeou. Omam articula uma cosmologia pela qual o universo é formado em quatro esferas ou níveis: no alto, o “céu jovem”; embaixo, o “céu”, mais abaixo, a “terra” e o , por último, o subsolo ou “velho nível”. O mundo é o resultado de um cataclisma original que rebaixou cada um desses níveis. O “céu jovem”tornou-se o firmamento e o “céu antigo” tornou-se a terra em que vivemos. No início, os espíritos moravam no céu, mas ele caiu sobre a terra por conta da morte de um grande pagé. Seus espíritos, aborrecidos, cortaram o céu precipitando os diferentes “níveis”. Ainda hoje, cada tempestade com trovoadas é compreendida como novos cortes no céu devido à morte de algum pagé. Devido à queda do céu, os antepassados dos Yanomami caíram no subsolo e tornaram-se seres sobrenaturais , canibais de dentes compridos. Só alguns homens salvaram-se, escondendo-se sob um cacaueiro no sul da Serra Parima que conseguiu segurar o céu. Nesse tempo imemorial, dois homens , Omam e Yoasi deram origem a uma filha mulher. Pelo mito, Omam introduziu o seu pênis entre os dedos do pé de Yoasi que engravidou na barriga da perna. Relações incestuosas subsequentes deram origem aos Yanomami.
Os Yanomami não possuem qualquer técnica de registro ou escrita. Quanto à pintura, a utilizam apenas no próprio corpo - como adorno ou para significar estados especiais como, por exemplo, o luto - e em suas peças artesanais, incluindo as flechas. Não lidam com qualquer registro temporal, nem possuem calendários. As estações são apenas duas: “a do rio que seca” e a “do rio que enche”. As noções de quantidade com que lidam são, invariavelmente, de três tipos: “Um” , “dois” e “muitos”. Os Yanomami fazem o fogo com atrito na madeira e procuram mantê-lo sempre aceso. Estamos, em verdade, diante de um povo pré-histórico cujas características principais se mantém inalteradas, possivelmente, há milênios. A técnica mais apurada que dominam envolve a construção dos shabonos -impressionantes unidades habitacionais com cerca de 20 m de diâmetro e 15m de altura.



IV - Os depoimentos em Surucucus:


Logo quando chegamos à área de Surucucus - além do piloto da Funai, estávamos eu, o administrador regional da FUNAI, sr. Martinho Alves de Andrade Júnior, Jaílton de Carvalho do jornal “O Globo” , o sr. Júlio José de Souza, cinegrafista do CIR, assessor do CIR e Davi Kopenawa - fomos abordados por dois integrantes das FFAA, um soldado e um tenente, que nos solicitaram identificação. Satisfeita essa exigência, iniciamos o deslocamento até um galpão da FUNAI contíguo à pista de pouso. Enquanto almoçávamos, combinamos os procedimentos. A intenção dos militares era a de nos acompanhar em todos os passos da visita. Agradeci a atenção que eles nos dispensavam, mas expliquei que esse acompanhamento não seria possível. Afinal, desejávamos nos entrevistar com as índias para a coleta de depoimentos sobre denúncias que poderiam envolver colegas deles. O contrangimento seria óbvio e os depoimentos dificilmente seriam tomados. Fomos, então, até à “maloca” da unidade onde viviam cerca de 90 Yanomami. Os homens adultos estavam fora, em expedição de caça e deveriam retornar dentro de dois dias. Uma parte das mulheres encontrava-se, a duas horas de caminhada, na roça. Na maloca, estavam um casal de índios idosos, aparentando mais de sessenta anos, alguns meninos e meninas entre 10 e 12 anos, três bebês e 6 índias jovens com idade entre 14 e 18 anos. Fora da maloca, cerca de 15 outras crianças brincavam e se exercitavam com suas flechas.
De início, tudo pareceu difícil, quase impossível. Primeiro, dentro da maloca, a escuridão tornou-se espessa porque, desavisados, os índios trataram de se “proteger” de eventuais câmeras fechando todas as aberturas. Davi, que habita uma outra área Yanomami bem distante de Surucucus, iniciou a conversa explicando quem nós éramos e o que nos trazia até ali. O tempo dessa conversa foi longo o que, imagino, deva refletir uma outra relação temporal vivida pelos Yanomami em seus diálogos. Posto o problema, o índio mais velho permitiu que falássemos com a primeira menina - Judith - que havia mantido relações sexuais com soldados. Nova dificuldade. Judith confirmava que aquilo tinha acontecido com ela, mas dizia que não queria falar sobre esse assunto. Davi, então, voltou a argumentar sobre a importância do trabalho que queríamos realizar, etc. Após muita conversa, Judith começou a falar. Nos relatou, então, com detalhes, tudo o que lhe ocorrera. Nos contou como tomou a iniciativa de ir até o quartel procurar comida. Nos disse que durante muitos dias, os soldados lhe deram bolachas, restos de comida, bebidas alcoólicas e pequenos “presentes” como linha, por exemplo. Que vencida essa etapa de “aproximação” e “confiança” os soldados passaram a convidá-la para “ir ao mato” ou para tomar banho na cachoeira; que, ato contínuo, passaram a condicionar a oferta de comida, bebidas alcoólicas e presentes ao atendimento daqueles convites. Finalmente, Judith relata que atendeu aos apelos dos soldados, que estava afeiçoada por um deles, que pensava que ele quisesse “namorar”com ela. Manteve, então, relações sexuais com ele e isto lhe garantiu continuar recebendo os mantimentos . Quando descobriu que estava grávida, o soldado havia desaparecido. Judith é uma índia particularmente bonita. Seu rosto mal encobre as feições de uma menina. Dificilmente terá, hoje, 18 anos. O filho que teve com esse soldado é já um menino com três, talvez quatro anos. Nós o conhecemos. Suas feições e a cor dos seus cabelos evidenciam a miscegenação. Depois dessa gravidez, Judith já teve outro bebê cujo pai, índio, é seu atual marido. O mais provável é que Judith tenha se relacionado com o soldado em uma idade entre 12 e 15 anos. O depoimento de Helena é muito parecido. Ela estava no outro lado da Maloca, na companhia de uma terceira índia que confirmou também ter mantido relações sexuais com soldados. Essa terceira índia, entretanto, acompanhou o depoimento das outras duas confirmando o que era dito, mas sem falar. Helena falou e relatou um processo idêntico de aproximação e posterior abuso sexual por parte dos soldados. Quando empregamos a expressão “abuso sexual” estamos nos referindo, bem entendido, a uma relação libidinosa e sexual entre adulto e criança e/ou adolescente incapaz de compreender a dimensão desse ato. As índias com quem conversamos não relatam submissão ao ato sexual mediante emprego de força ou violência. Relatam , de uma forma cândida, como foram conduzidas à relação sexual desprotegida em um jogo de artifícios caracterizado por uma postura de aproveitamento e exploração dos integrantes das FFAA de quem deveriam esperar, antes de tudo, proteção. O que ocorreu com Judith e Helena, fossem elas brancas, redundaria em processo criminal contra os autores. Simone, uma outra menina índia que manteve relações sexuais com soldados estava, no dia de nossa visita, em Boa Vista para tratamento médico. Não pudemos confirmar se ela era uma das índias que tratam, hoje, de doenças venéreas. Nem sabemos quantas das mulheres, entre aquelas que estavam na roça, poderiam relatar casos semelhantes de abuso sexual. Os depoimentos das duas índias foram gravados e filmados. Uma cópia está na Comissão de Direitos Humanos, outra encontra-se com o CIR.



V - O histórico de abusos e outras informações relevantes:


No dia 15 de agosto de 2000, a Procuradora regional da República, Deborah Macedo Duprat de Britto Pereira, oficiou o Presidente da Funai, Glênio Alvarez, com a finalidade de instruir procedimento administrativo firmado a partir de denúncia contida em reportagem do jornal “O Globo” publicada em 21 de maio daquele ano. Na oportunidade, a Procuradora solicita informações a respeito das providências tomadas pela FUNAI no sentido de apurar denúncias de abuso sexual de índias Yanomami envolvendo militares do Pelotão de Infantaria de Selva da região de Surucucus. Em 18 de setembro do ano passado, os Tuxauas Yanomami do Pin Surucucus solicitaram à FUNAI providências quanto aos casos de abuso sexual que estariam ocorrendo naquela região. No mesmo documento, as lideranças indígenas informam que os militares estavam desmatando para retirada de lenha e que isso começava a espantar a caça. Informavam, também, que os militares jogavam suas fezes nos igarapés de onde os índios retiram a água para beber. Em ofício endereçado ao Superintendente Regional da Funai, em 20 de outubro de 2000, o coordenador dos programas de saúde da Funasa, Aldacy de Souza Xavier, informava que o coeficiente de mortalidade infantil entre os Yanomami na região de Surucucus era de 153 óbitos para cada mil crianças nascidas vivas; que havia 4.250 índios com malária; 18 com tuberculose e 7 com suspeita de DST. Em outro documento, datado de 25 de outubro, a mesma autoridade informa que os sete casos de DST foram confirmados, totalizando 9 casos de gonorréia entre maio e outubro daquele ano. Também em 20/10, o coordenador da Pastoral Indigenista, Renato Lang, oficiou ao administrador regional da FUNAI, ao administrador da FUNASA e à Procuradoria da República em Roraima, solicitando providências diante das denúncias de abuso sexual contra índias Yanomami feitas pelo líder Davi Kopenawua em 11 de outubro. As mesmas denúncias foram sublinhadas pelo documento final da assembléia Yanomami de 15/16 de outubro e assinadas por PeriXiri Xana Yanomami. O jornal Folha de São Paulo retratou essa denúncia em matéria no dia 22 daquele mês, o mesmo ocorrendo no dia 23 em matéria do jornal Folha de Boa Vista. No dia 11 de novembro de 2000, o administrador regional da FUNAI enviou ao Presidente da entidade documentos onde se confirmam as denúncias de abuso sexual. Por esses documentos, registrou-se que as índias identificaram através de fotos os soldados com quem mantiveram relações sexuais, apontando os nomes de E. S. P, A . L .C. , F. R. F. P. , J . S . R . , L . S . F . , J. R. S. S e J. N. S. S. (3) As índias apontaram, ainda, os servidores da COMARA, conhecidos como “T” e “C”, que mantiveram relações sexuais com as índias.
Pelas informações que pude recolher ao longo dos contatos mantidos em Roraima, foi possível apurar que apenas na comarca de São Gabriel das Cachoeiras, AM - também área Yanomami - há, nada mais, nada menos que 157 ações de alimentos de índias contra militares, sendo que desse total, 34 decisões judiciais já foram favoráveis às demandantes. Essas decisões vêm sendo cumpridas mediante desconto em folha dos militares condenados. Ora, o que esse dado parece revelar é a existência de uma praxe de violações e abusos sexuais praticados por militares contra as índias em toda a região; o que vem sendo hipocritamente negado pelos autoridades militares que já se manifestaram sobre o tema.



VI - Conclusões



Após tudo o que pude ver e ouvir em Roraima, é possível afirmar que:

a) a) Não resta qualquer dúvida sobre a ocorrência de casos de abuso sexual praticados por militares contra índias Yanomami. Tais casos, ao que tudo indica, não estão restritos à área de Surucucus e parecem integrar um problema de dimensões até agora não imaginadas.

b) b) A existência de unidades militares em áreas indígenas tem agregado problemas ao invés de soluções. Particularmente, nos parece inaceitável que eventuais unidade militares sejam instaladas sem um acordo prévio com as lideranças indígenas e ao lado de suas comunidades. Além do problema enfocado de abusos sexuais e dos graves riscos de saúde às populações indígenas por conta da disseminação de doenças sexualmente transmitidas, as unidades militares desmatam para obter suprimentos de lenha, lançam seus dejetos nos igarapés onde os índios se abastecem e induzem os índios a manterem relações de dependência.









VII - Recomendações:



Recomendamos ao Senhor Presidente da República e comandante supremo das Forças Armadas, Sr. Fernando Henrique Cardoso, que:

a) a) Determine a imediata suspensão de todos os projetos de construção de unidades militares em áreas indígenas de Roraima;

b) b) Determine que as Forças Armadas estabeleçam, juntamente com as lideranças indígenas e com a colaboração da FUNAI, acordos para a redefinição dos locais para a eventual construção de unidades militares;

c) c) Reforce as providências de patrulhamento para a definitiva retirada de garimpeiros, fazendeiros e ocupantes ilegais de terras indígenas em Roraima;

d) d) Reforce a estrutura administrativa e operacional da FUNAI na região liberando os recursos orçamentários necessários;

e) e) Determine a apuração rigorosa das denúncias de casos de abuso sexual, notadamente aqueles sabidamente praticados contra índias Yanomami;

f) f) Determine providências urgentes para a efetivação dos serviços de atenção à saúde dos povos indígenas de Roraima;

g) g) Homologue, imediatamente, em área contínua, a terra indígena de Raposa Serra do Sol, nos termos da portaria 829/98.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

CALENDÁRIO FESTIVO DO INTERIOR.


A igreja Metodista Wesleyana do municipio de Maués - Amazonas,tem seu calendário das suas festa espirituais anuais individuais.Quase todas elas fazem suas programações anuais coordenado pelo pastor Edivaldo dos Anjos Farias,que tem que estar em todas.Vejamos a relação festiva com suas datas:
  1. Monte Horebe do Rio Marau (Área Indígena).Nossas festas  sempre são realizadas nos dias 13 a 14 de janeiro.Comemoramos aniversário da comunidade nesta data.Agente consegue comprar boi e frango pra alimentar o povo enquanto louva a Deus durante os dois de festa.Há batismos,casamentos e Céias.Etc...Seu obreiro. Francisco dos santos da Silva.
  2. Nova Jerusalém. É uma comunidade ribeirinha e fica dentro de um rio chamado de (Pedreiro).Realizamos as festa sempre no dia 08 a 09 de maio,todos os anos´.a alimentação é a mesma coisa.Seu obreiro.Arteme Gato da Paz.
  3. Lago dos Santos (Área Indígena).Esta é uma comuindade indigena e fazemos as nossa festas sempre no dia 04 e 05 de junho.Aconteceu que no ano passado fizemos no mês de dezembro e o rio estava muito seco e ficou muito dificil pra muita genta.Por isso decidimos fazer no começo de junho que as águas estão lá encima. Seu obreiro.Martisio dos Santos filho.
  4. Boa vida (Indigena).Esta é uma das nossas comunidades mais longe da cidade mais próxima.A festa religiosa sempre acontece no dia 26 a 27 de junho. Seu obreiro:Romario
  5. Manancial de Água viva. Esta é uma comunidade ribeirinha dentro do rio Apucuitaua,grande rio da região.A data de sua festividade religiosa é dia 24 e 25 de julho.Todas as outras igrejas Metodistas Wesleyanas participam desta festa,até os nossos amigos Católicos vem pra louvar a Deus nonosco.Seu obreiro nestelugar é o José Aldo.
  6. Monte Salém .É a comunidade base de todos os outros trabalho da Igreja Metodista Wesleyna no municipio de Maués,tudo começou aqui.Já estamos no décimo oitavo aniversário deste trabalho.Festejamos sempre no dia 11 e 12 de setembro de cada ano.E convocamos todas as nossas igrejas a participar,e durante dois dias fica uma aglomeração muito grande de pessoas que vem para o festival religioso.Este ano vamos ver se agente consegui presença de pessoas de fora que queira compartilhar com pregações es tudos da palavra de Deus durante o festival.Durante o festival religioso temos :Esportes e lazer no campo de futebol ou nas nossas lindas praias de areia bramnca.Mas,a noite grande louvor e pregações de chegar pelas madrugadas.
Essas não as nossas festa que no momento estamos fazendo.Mas,já temos perpectivas de mais igrejas nossas da regiãos também fazerem suas festa religiosas.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS ENTRE OS POVOS INDÍGENAS

NÚMERO DE IGREJAS E CONGREGAÇÕES NO MUNICIPIO DE MAUÉS

IGREJA METODISTA WESLEYANA EM URUPADÍ
(01)-IGREJA METODISTA WESLEYANA EM MONTE SALÉM. Esta é a base de todas as outras igrejas aqui da região do municipio de Maués .Aqui mora o pastor coordenador dos distritos Inter-Maués.Pastor Edivaldo dos Anjos Farias.É daqui que é feita as visitas para todas as outras igrejas e congregações mensalmente.Foi neste lugar que em 11/09/1992,o pastor chegou com toda a sua familia pra trazer o evangelho do Senhor Jesus.Vou lança todo o meu livro que estou escrevendo em breve neste endereço.O Obreiro responsável desta igreja é o pb.Francisco dos Santos da Silva e sua esposa Simone.
(02)-IGREJA METODISTA WESLEYANA NO VALE DO QUIINHA (INDIGENA).Com as primeiras visitas dentro da reserva dos indios Saterés Mawe.Eu convidava o irmão Vicente para me acompanhar nas visitas na área indigena,e por várias vezes me acompanhavam os irmão nativos da região que se encontram fora da reserva dos Saterés.Pois nesta região tem muitos indigenas fora das suas aldeias morando como os não indios.Mas,um belo dia um Sateré por nome Jorge Cavalcante vindo de sua aldeia asistiu culto conosco e creu no Senhor Jesus e assim fui convidado a permanecer visitando a sua comunidade.Mas,numa desta visitas fomos decidido a construir um lugar de culto e falemos pro tuchaua o que estavamos pensando e o tuchaua tomando a palavra e em sua ligua nativa falava e chorava e os que comigo foram danvam gloria a Deus,pensando que ele estava emocionado com a nossa decisão.Só no final de sua fala que o tradutor nos dar a noticia por que ele chorava.Ele chorava por que ele não estava de acordo que fizessemos ali em sua comunidade a nossa igreja.Tivemos então que procurar outro lugar.e em uma outra visita uma india,mãe do Jorge nos sedeu o lado de sua casa pra construirmos um salão de culto.E escolhemos o nome daquele lugar,que se chamou ( Vale do Quiinha).Hoje o obreiro naquele lugar é o José Alves e sua esposa Selma de Oliveira.
(03)-IGREJA METODISTA WESLEYANA EM MONTE HOREBE(INDIGENA).Um dia vindo a Manaus de barco subi pra área onde as pessoas ficam bebendo suas cervejas e vi um rapaz que era tuchaua de uma comunidade chamada Monte Horebe.Ele já era uma pessoa crente ,mas,que agora estava desviada,e comecei a falar de Jesus pra ele,e na oportunidade ele me convidou pra lhe fazer uma visita.E esse rapaz hoje é o Coordenador Geral de sua nação.Seu nome Francisco Alencar.O obreiro desta igreja é o irmão dele Ezequiel Augusto Pereira.É O NOSSO PRESBITERO E COORDENADOR DO DISTRITO INDIGENA.
(04)-IGREJA METODISTA WESLEYANA EM NOVA JERUSALÉM.Houve um problema entre líderes locais em Monte Salém.E com isso dividiu Salém em dois que mais tarde me deu trabalho de unir ficando assim uma nova igreja.Obreiro desta igreja é o Dc.Arteme Gato da Paz.
(05)-IGREJA METODISTA WESLEYANA EM VILA NOVA.Esta igreja ela está no coração da nação sateré Mawe,é a onde mora o tuchaua geral da nação sateré.Temos um bonito templo feito pelos próprios indigenas.O obreiro desta igreja é o Dc.Leonardo e sua esposa Telma de Oliveira.
(06)-CONGREGAÇÃO DA IGREJA METODISTA WESLEYANA EM VILA MILAGRES.Estamos fazendo visitas nesta vila pois a mesma era da igreja Batista,sendo que os obreiros desistiram por condições financeira,e estou retomando pra igreja Metodista Wesleyana.O obreiro responsável por este trabalho tá sendo o Dc.Leonardo.
(07)-IGREJA METODISTA WESLEYANA EM LAGO DOS SANTOS (INDIGENA).É uma comunidade fundada pelo pastor Edivaldo em 2005.somente uma familia morava neste lugar,hoje são muitas familias convertidas e o obreiro desta igreja é o pb.Martisio Rodriguês Filho.
(08)-IGREJA METODISTA WESLEYANA EM BOA VIDA.É uma das nossas igrejas mais distantes dentro da área indigena,quando o rio esta cheio,é perto,mas,quando está seco é muito longe por que rodeia muito.O obreiro deste lugar é o irmão Romario.
(09)-CONGREGAÇÃO DA IGREJA METODISTA WESLEYANA NO PANTANAL.sÃO ALGUMAS FAMILIAS QUE MORAM NESTE LUGAR E O OBREIRO DESTE LUGAR É O IRMÃO ROGERIO E SUA ESPOSA SOLANI.
(10)-CONGREGAÇÃO DA IGREJA METODISTA WESLEYANA EM NOVA ESPERANÇA(não indigena).Esta congregação é dentro do rio pedreiro e bem na sua cabeceira, quando o rio está seco é intransitável ao seu acesso.Pra visitar é bem melhor quando o rio está cheio.O obreiro deste lugar é o irmão Helber menezes e sua esposa Clenilda.
(11)-IGREJA METODISTA WESLEYANA EM MONTE SALÉM DO ATUKA.Esta é uma igreja que estou tendo muitas dificuldades pra permanecer visitando pelo fato que não estou recebendo cobertura financeira que dea pra me sustentar em compras de combustivel,vou ter que passar para outro ministério pra que este trabalho não fique parado.Temos muitas pessoas batizadas neste lugar.
(12)-IGREJA METODISTA WESLEYANA EM MANANCIAL DE ÁGUA VIVA.Esta igreja foi formada em 24 de julho de 2007 pelo pastor Edivaldo.Deus me mostrou muitas vezes este lugar,antes que fosse visitar.No dia 23 de julho 2007, sai de Maués com a minha esposa e meu netinho e um sobrinho de 17 anos,com destino ao igarapé-açu no rio Apucuitaua.As 16 horas saimos de Maués e no meio do caminho anoiteceu e vieram milhares de milhares de mosquitos famintos pra dentro do barco que nos perseguiram.E o primeiro rio que apareceu em minha frente entrei com o barco.Como era noite tinha que usar a minha lanterna,e seguimos o rio a dentro.Logo na frente passamos por cima de um montão de capim,tive que mandar o meu sobrinho entrar no rio pra tirar o capim da élice do barco enquanto eu focava com minha lanterna.Lembrando que era noite e que estavamos em rios da Amazônia.E mais na frente aconteceu a mesma coisa por três vezes.Cheguei mais na frente não tive condições de seguir,joguei a poita e fiquemos a deriva em meio a um lago.E muito carapanã que me ferrava por todos os lados.Minha esposa estava com meu netinho em um mosqueteiro,e com uma lamparina eu queimava os mosquitos na parede do barco.Lá pelas 21 horas ouvi o barulho de um motor,saí para proa do barco e chamei o barqueiro que logo parou,e pedi uma informação,se estava longe pra chegar em igarapé-açu.E o rapaz me disse que eu estava no rio Canarana.E me asustei,foquei no rapaz e fi que ele só tinha uma perna.Ele constrangido me disse que tinha sido jacaré que tinha comido sua perna.Perguntei.A onde? Ele mi disse: ali naquela região.Tivemos que voltar naquela hora,só que eu mandava o meu sobrinho cair na água.e cheguemos no dia seguinte pela manhã do dia 24 de julho de 2007.

NAUFRAGIO MISSIONÁRIO

O NAUFRAGIO

UMA NOVA CHANCE DE VIDA ( UM MINUTO ´FAZ DIFERENÇA)
Este barco praticamente era a minha casa a dois anos atrás,minha esposa andava comigo.Meu escritorio,hotel e restaurante era dentro dele.Com ele fazia evangelismo por vários lugares,nunca tinha me importado em fazer uma casa em nenhuma das nossas comunidades.Bom,chegou um grupo de missionários de Manaus,e trouxeram algumas coisas pra doarem no meu campo.E colocamos dentro do barco e que ficou muito cheio.Lá pelas duas horas da madrugada me levantei pra ir ao banheiro,e pus os pés no chão do estrado,já encontrei água invés de chão.Corri para sala de maquina com água no joelho tentando achar um jeito de tirar a água vi que estava entrando com muita força por todos os lados.E comecei a gritar para os que dormiam,e que se levantasse rápido que o barco estava afundadndo.Arranquei meus dois netinhos que estavam dormindo jogamos pra fora do barco em cima de umas boias de madeiras,Minha esposa também com o meu filho de 14 anos sairam e isso em torno de 2 minutos pra fazer tudo isso,quando eu voltava pra salvar meu notbook o barco foi sumindo comigo dentro e mais um irmão que estava na sala de maquina dormindo.Com os meus gritos ele se acordou e começou a querer salvar a sua biblia nova que ele tinha comprado e que no escuro não encontrou e quase perdeu sua vida saindo depois de alguns minutos ele boió.Eu tabém ja tinha saído com muita dificuldade,sem poder salvar o meu notbook.Tudo foi para o mar das profundezas.Perdi tudo,só não perdemos nossas vidas.Ficamos des das duas da manhã até as 15 horas da tarde da quele dia.Conseguimos tirar as coisas todas estragadas.
AS PERDAS: Perdi um notebook aindapagando as prestações,uma caixa acustica,uma guitarra,um toca dvd,dois celulares,uma filmadora tekpixes,documentos,alimentos,roupas,um violãos,e muitas outras coisdas.E a nossa casa,pois agora já não tinhamos confiança em dormir em nossa casa.Nunca tinha passado por uma tribulação deste tamanho,não quero que nenhum de meus amigos passem o que passei com minha familia,foi o tal dia mal ou madrugada má pra nós.Mas.ivés de chorar agente dava gloria a Deus.
A ESPERANÇA FALHOU: No mesmo dia que eu estava lutando com a grande tribulação o meulider chegou.Pensei: Perdi tudo mas,sei que já vou recuperar por que o meu lider esta vendo tudo oque aconteceu comigo.Ele até tirou fotos de mim vivendo a situação na realidade.e se passaram muitos anos depois e nunca ele me deu ou fez campanha pra recuperar coisa alguma do que perdi.
Tive que construir uma casa com ajuda dos irmãos da Overland mission e outros irmãos.

32 SEMINARISTAS INDO Á MANAUS

Depois de 18 anos de fundação da obra missionária em Urupadí,Municipio de Maués.Eu pastor Edivaldo e o Pastor Osimiro conseguimos junto a Gemiw estes irmãos são indios e ribeirinho desta região de Maués.No começo,pensei ser somente uns 16,mas,com os anuncios chegou o número 32.Sendo 12 mulheres e oito crianças que acompanharam suas mães por ainda estarem mamando.Este seminario vai ser de dois anos de duração.Sendo de 4 módulos de 15 dias três vezes ao ano.Eles terminaram dia 30 de janeiro 2011 o primeiro modulo e voltarão pra fazer o segundo em abril próximo.Formaremos pastores indígenas e ribeirinho,e missionárias no final de dois anos.

Pastor Edivaldo e os Sateres em São Paulo

No dia 19 Setembro de 2010 ocorreu um Congresso Geral de Missões e Ação Social, e estávamos presente, eu (Pr. Edivaldo) e mais três irmãos indígenas(Satere Mawe) e oito irmãos ticunas que vieram do Norte do Amazonas até Manaus e de avião até São Paulo.

LIVRO. FILHO DA FLORESTA AMAZÔNICA



Nascido no dia 08 de abril de 1959, as uma hora da madrugada, as margens do rio Arari na época era Município de Maués; hoje Município de Itacoatiara no Estado do Amazonas - Brasil. O nome de meu pai José Faria s e da minha mãe Zuíla dos Anjos Farias. O nome do lugar que eu nasci chamava-se (Santa Rosa).Tínhamos uma pequena fazendo de gado,com 7 hectarias com 14 cabeças de gado.quando entendi que eu era gente,já com uma flecha e arco nas mãos flechando bererés no período que o rio estava enchendo e quando estava secando foram fazes muito boas na minha vida.

FARTURA EM AMBUNDÂNCIA.

No mês de maio as águas estavam bem alto alagando todos os furos e lagos,então acontecia e acontece o período de arribação de todos os tipos de peixes.E no porto de casa tinha um grande baixo que os cardumes de peixes tinham que passar por ali,de onda, como canoas os cardumes moviam as água.E já sabia que ao entrar no igapó eles colocariam a cabeça para fora da água,para respirar,pois com a falta de oxigênio eles eram obrigados de 50 em 50 metros fazerem isto,e eu já sabendo esperava os cardumes  boiarem,e com um arco e uma flecha eu os varava de dois de cada flechada chegava a flechar 70 peixes em questão de algumas horas.Passava cardumes de branquinhas que escurecia o Arari,e corria com o meu caniço para pescar e pegava grandes quantidades.Lembro-me de grandes cardumes de tambaquis,maparás,pirarucus,branquinhas,jaraquis,matrinchãs,curimatãs,etc...Isto era o que a vista dava.

AS FRIAGENS
 
Quase todo o ano acontecia um fenômeno, a tal friagem,quando anoitecia ventando muito gelado,aquele vento doido e que sedo todo mundo dormia, meu pai dizia: Amanhã vai ter frigem de peixes. Eu supunha que aquele vento frio passava por sobre as águas tirando o hidrogênio das águas faltando para os peixes, e pela manhã grande quantidade de peixes de cabeça para fora tentando respirar o oxigênio e como é veneno para os peixes, morria toneladas de todos os tipos de peixes, menos os peixes que respiram fora da água, como: O pirarucu, bodó, peixes boi e boto. Os urubus estavam fartos em todos os lugares

CALAMIDADES PÚBLICAS

Com a morte de milhares de toneladas de peixes o rio Arari cheirava mal,ninguém podia mais tomar banho nas águas fedida e quase um dedo de espessura de gordura em todo o rio Arari,tínhamos que cavar cacimbas nas beiras do rio para que tivéssemos água potável  e pra tomar banho.Depois que passava  aquela mortandade tudo se acalmava como a se o rio tivesse se  reorganizando para um novo abastecimento de cardumes de novos moradores em todo o rio

SEQUELA DA FRIAGEM

Com a friagem vinha os males para a saúde humana ,muita malária atacava em todo rio,deixando muitas vítimas em óbitos,olha que os sanitarista andavam de casa em casa detetizando matando os mosquitos causadores da peste.Perdi,uma sobrinha e minha

 irmã,por nome Maria Raimunda em 1970,deixando uma criança de sete meses,hoje o Antonio Farias.Se uma pessoa adoecesse naquele tempo era quase certa a morte,posto de saúde Não tinha ,hospital muito longe,em Itacoatiara.Tinha que remar o dia todo com o doente,pois barco era uma grande novidade.

O MILAGRE NA IGNORÃNCIA

Contava minha mãe que com três meses de idade adoeci muito a tal ponto que meus olhos não fechavam mais, só sabiam que estava vivo por que respirava. Minha mãe e meu pai se desesperam e lhe contaram que tinha um pajé em um rio muito distante dali, e meu pai colocou minha mãe e eu numa canoa e remou mais de um dia e chegou lá.Subiram comigo quase  morto.A esperança de meus pais estava naquele homem de eu viver.O macumbeiro olhou pra mim com olhar de não tem mais jeito.E disse pra minha mãe que não tinha mais jeito,tinham trazido muito tarde.E minha mãe desceu comigo nos braços chorando,pois eu era uma crianças muito branca e grande segundo minha mãe e ela não queria me perder.Me colocaram em baixo do japa; e minha mãe pensou!Quem sabe se eu der um quartinho de jalapa ele não é curado!Ela partiu uma jalapa colocou na colher espremeu o seu seio e com um pouco de leite materno esfregou até dissolver, abriu minha boquinha e fez-me engolir puxando minha garganta.A lamparina acessa do meu lado e minha mãe a me espiar.Ela disse quando foi mais ou menos as quatro da manha eu me mexi, ela me segurou e me deu o peito e eu comecei a mamar e minha mãe ficou muito feliz e continuou a me dar mais o remédio,e já amanheci bem esperto.De manhã subiram e contaram que eu já estava bem melhor com a jalapa que tomei,e o homem disse pra moinha mãe que ele tinha se esquecido de dizer que jalapa era muito bom.E voltei pra  casa com saúde.

A SALGA NO LAGO DO ARARI

Lembro-me que todos os anos o meu pai tinha como costumes passar a ‘salga’ no lago do Arari, enfrente de Itacoatiara. As influencia de meu pai era de matar pirarucu, tirar ovos de  tracajá,e viver em grande fartura durante seis meses.Os regatões vinham com os seus barcos de grandes portes com mercadorias prontos pra comprar  o produto da salga,e logo o meu pai era aviado de um deles.Eu tinha muita vontade de ter a minha arpoeira,mesmo criança que eu era.Um dia chegou um regatão no porto de meu pai,e eu tinha pedido de meu pai uma arpoeira pra mim pescar,mas,meu pai não se importou com o meu pedido e logo ele saiu do barco sem o meu pedido,e eu comecei a chorar amargamente,rolava pelo chão molhado gritando:Eu quero uma arpoeira.E o seu Bernaldo perguntou de meu pai porque que eu estava chorando e meu pai disse que era por que eu queria uma arpoeira,e o seu Bernaldo entrou e me trouxe e me deu a minha arpoeira, e que logo parei de chorar,ficando muito alegre com aquele regatão.
Lembro-me que meu pai me convidava pra irmos fisga (uma pescaria que quem ia na proa da canoa,metia a astiá pra dentro da água e ficava segurando só nas pontas,o arpão era bem pequeno chamado ‘fisga’) da  qual se chamava a pescaria.Tinha pirarucu de todos os tamanhos, em grande quantidade,quando os grande boiavam meu pai dizia:rema pra lá.e, eu remava,e dirrepente escutava,sons de varias escamas,
quando o arpão dava  na escama do pirarucu provocando um som rígido,e meu pai suspendia a astiá e depois arriava em velocidade e força,que penetrava a escama dura do peixe e saímos em velo cidade como um barco motorizado as vezes tínhamos sorte de matar por manhãs,oito grande peixes.Enquanto estávamos rodando no meio do rio
lutando pra matar aquele peixe acontecia de a piranha ouvir o som da linha cortando as águas em velocidade,e isto atraia ao seu apetite fazem com que ela  passasse  o dente na
Arpoeira, perdendo assim o pirarucu o arpão e o pedaço de arpoeira.Tinha pirarucu que agente matava com dois arpóes e com grande pedaço de arpoeira.Tinha pirarucu que meu pai matava, agente colocava de atravessado na canoa,a cabeça e a calda iam encostando na água.Me lembro que na popa da canoa de meu pai me abaixava colocando minha cabeça rente a água só pra ver o borbulhar dos pirarucus que parecia uma panela fervendo no fogo.Estas lembranças são de 1968.Com isso a minha mãe(Zuíla dos Anjos Farias),estava lá na beira tratando dos que meu pai tinha matado no dia anterior.Nós chegávamos com mais oito arrastávamos todos lá pra terra,e minha mãe já vinha com as facas pra cuidar dos que estavam chegando.Ela batia as escamas de todos e depois ela ia descarnar fazer em postas,pra salgar e depois colocar no sol.Eu me lembro que meu pai entregava de 1.200 kg de peixe seco,todos os anos e mesmo assim não dava pra ele pagar suas dívidas,pois o pescado era muito barato.
Eu me lembro que tinha um cemitério de ossadas que não podíamos ir ali a não ser jogar caveiras de pirarucu. Muito pouco se aproveitava dos resto mortais do pirarucu;as vezes agente tirava uma cabeça,um encontro ou o buchinho,pois tinha muita comida,de tudo que você quisesse comer tinha.Só o que você não podia comer mesmo era a carne do pirarucu,pois aquilo era o produto salarial.

CAÇANDO OS PATOS SELVAGENS

Lembro-me que eu e o meu irmão João íamos caçar pato.Saíamos pela parte da tarde para procurar poleiro que estivessem com maior vestígios (isto é fezes brancas debaixo das árvores).Quando encontrado, ali fazíamos o nosso esconderijo,e lá pelas seis da tarde os patos já vinham pra dormir e meu irmão logo mirava acertando,e eu logo corria a buscar os que caiam,e colocava próximo de mim,enquanto meu irmão matava outro.E no dia seguinte íamos almoçar pato de todas formas de preparo.No período que os filhotes de marrecos estavam criando azas as minhas irmãs e a vizinhança iam juntos para agarrar os filhotes para comer e tentar criar.Com os lago em grandes quantidade,ficava muito tamuatas(é um peixe cascudinho),presos e meu cunhado Braulino ia com a sua tarrafa e pescava uma quantidade pra comermos por alguns dias.Mas o legal nesse peixe é que agente come com todo o bucho;é uma delicia.Ummmm!!!!!!

COMO SE PREPARAVA PRA SALGA

Eu me lembro que meu pai fazia farinha com minha mãe, já pra se prepararem pra irem ao lago.Meu pai tinha uma canoa  grande e ele com antecedência calafetava a canoa,fazia os japás e os jiraus,paneiro pra colocar as galinhas e pra colocar a farinha empalhadas pra demorar até seis meses.Meu pai dizia:Eu acho que já está quase saindo as terras;e ele fazia o meu irmão mais velho ir lá no lago pra trazer a verdadeira noticia.E esse trajeto ele fazia de remos, chegava contando que a nossa casa estava toda quebrada pelas ondas dos temporais;que o rio cheio a nossa casa ia pro fundo.E,tínhamos que cobrir e fazer as paredes.Quando o meu pai decidia que nós tínhamos que ir pro lago ele arrumava tudo e embarcávamos dentro daquela canoa.Ia junto conosco:Galinhas,patos,cachorros,pois estávamos saindo por seis meses.A imagem que tenho é essa uma canoa grande com japás pra popa e pra proa,um menino ou menina remando na popa e o meu pai na proa,navegando aos palmos.Saíamos pelas madrugadas pra chegar a boca da noite,com grande quantidade de carapanã,as vezes o chão estava melado e atoleiro.E com isso muitas outras famílias estavam fazendo a mesma coisa que nós.

 PERIGO DO LAGO

Eu me lembro que nenhuma pessoa que morreu afogado ali,foi achado,porque as piranhas devoravam, não dando tempo de flutuar,não tinha como alguém tomar banho dentro do rio.Eu me lembro que pegava bucho de pirarucu de dentro de uma canoa balançava o bucho nágua,e derrepente fritava de piranhas comendo ao mesmo tempo.Eu puxava o bucho e vinha piranhas engatadas pelos dente pra dentro da canoa.

INVASÃO DE PESCADORES

Em 1968,aconteceu um grande fato que marcou como historia no Rio Arari,o Rio Arari era e ainda é farto,mas,naqueles dias se via transbordar de todos os tipos de peixes que você possa imaginar.Quando o rio baixava se        encardumava:Pirarucus,tambaquis,jaraquis,curimatãs e outras espécie em quantidades,nunca tinha entrado pescador com rede de pesca em toda a extensão daquele rio.Um dia eu me lembro que vi um barco de pesca próximo de nossa casa,e estavam lanceando com suas redes.E pegaram grande quantidade de tambaquis,maparás e branquinhas.Eles separaram os tambaquis e jogaram fora os outros peixes que ficou a altura de uma carrada de areia,mas,o povo pensava que eles não iam voltar,e não demorou, voltaram.Não um barco mas,dois barcos e esses desperdício trouxe grande revolta em todos os moradores que habitavam o Rio Arari,a tal ponto que o povo se reuniu e tomaram uma decisão de expulsar os pescadores a base de chumbo.Os revoltados foram os seguintes:Braulino,Henrique,Argio,Antonio Braz,Santino Barbosa,Gito Barbosa,Antonio Barbosa,Pau de Fogo,Turuka ,Barbosa,Moisés e José Farias.

A EMBOSCADA.

Deixaram que os peixeiros passassem pra dentro do rio.E os revoltados se entrincheiraram por de trás de grandes faveiras.Quando estavam passando próximos dos revoltados foram recebidos com tiros de espingardas:36,20,12,24,28 e 16.Com desespero os peixeiros puxaram suas redes, funcionando o barco, puxando toda a força e chumbo chovendo nas paredes do barco,ferindo um tripulante,e os revoltados gritaram vitória, que no dia seguinte era noticia naquela região.Mas,não demorou muitos dias eles voltaram pra pescar com policiais dentro do barco,pensando que os Ararienses fossem ficar intimidados,mas,não adiantou o povo se armou de novo e foram esperar no mesmo lugar a volta deles.Aquela turma toda se destacou para a trincheira,que não demorou pra que o terrível acontecesse,quando o barco dos peixeiros ia passando enfrente a dita paragem que tinha recebidos os primeiros tiros,começaram receber tiros e mais tiros dos Ararienses revoltados.Que logo veio a surpresa de rajadas de balas de metralhadoras em direção aos revoltados,mas,eles estavam bem posicionados por trás daquelas árvores,onde passava as balas ia torando como se fosse uma podadeira.Mas,os revoltados eram os mais bem armados e não pararam de atirar fazendo os policias fugirem com os peixeiros,com isso, alguém foi atingido dentro do barco gritando.E  o barco se foi.E todo mundo pensava que tinha ganhado! Não demorando muitos dias veio um barco lotados de policiais prendendo todos os homens do Arari,era gente fugindo pra todo lado, mas,o único que não foi preso foi meu pai por que ele era agente de policia.A delegacia de Maués ficou lotada por alguns dias.Naquele tempo não era o IBAMA era CAÇA E PESCA,que governava os rios,e logo abriu a pesca a todos os pescadores que quisessem pescar no Arari.

A ESCASSEZ

Com isso  veio a escasseeis. Entrou um pescador chamado Alaide com um barco muito grande e de mês em mês ele saia com toneladas de pirarucus e tambaquis,patos congelados,e tudo contribuiu para o desequilíbrio daquele lago,que de tudo que a natureza criara,tinha.Agora começa a faltar para os seus próprios nativos Ararienses.

SERVIÇOS DE SAÚDE ZERO

Eu me lembro,que quando agente adoecia não tínhamos posto médico,agente de saúde,só em Itacoatiara que tinha recursos e era muito ruim adoecer.Em 1970,deu uma grande epidemia de sarampo muito grande em todo o Arari,em casa começou cair as minhas irmãs e sobrinhas e meu irmãos João Carlos.Fiquei muito magro,minhas irmãs também.Foi se levantando de um por um com sabugueiro,mas,a minha sobrinha piorava a tal ponto que ela veio a falecer.A minha irmã RAIMUNDA,muito sentida com a morte de sua filha,ficou também bem doente (Além do sarampo que a consumia a sua saúde,agora a perda de sua segunda filha a fragilizou a inda mais.Um dia ela saiu do quarto,sentiu fome.Eu,e o meu irmão fomos pescar, quando saímos ela ficou sendo catada pela minha mãe bem na porta de nossa casa.Nós atravessamos o rio para pescar,e de repente, ouvimos grito de socorro,e logo saímos remando com muita pressa,subimos e a minha irmã estava muito agoniada com falta de ar,ela falou pro meu irmão:Mano, me sacode,ele sacudiu,sacudiu,e sacudiu pra ver se ela encontrava ar,mas cada vês mais sem ar,então ela disse já sem ar, me bota na rede e colocou-a na rede,agonizando firmando os olhos pra nós,como dizendo: Vocês não puderam me salvar!Foi uma coisa tão ruim pra mim,como pra toda a minha família,em 1970 eu estava com 11 anos quando aconteceram estas coisas.Ficou um  menino pra nós criarmos como  nosso filho.
Passou a epidemia,tocamos nossa vida, já tínhamos 14 cabeças de gado,sete hectarias de campo e roças.Lembro-me que sempre vinha o barco da sucam de 06 em 06 meses para borrifar as casas do carapanã da malaria e trazer vacina a todos os ribeirinhos,e eu já sabendo disso,ao ouvir o barulho do barco logo corria pro mato e me escondia onde ninguém podia me achar,pois tinha muito medo de tomar injeções,e só voltava do mato quando ouvia o barulho do barco saindo do porto de minha casa

O grande pescador

Me lembro que meu pai era um grande pescador de peixe boi,pirarucu,tambaqui,etc..Quando os lagos estavam cheios ele ia ver vestígios do peixe boi,ele sabia onde eles comiam todas as noites.Ele chegava e dizia pra minha mãe:Zuíla! hoje a noite eu vou matar um peixe boi!E arrumava suas arpoeiras, bóias, astias e tornos e sua bolsa de tabaco pra espantar os carapanãs durante a noite. Ele gostava de fazer esta pescaria sempre em noites de luar, pra ele poder ver o brilho das costa do peixe. Ele já ia na certa onde eles comiam.Eu era pequeno ele não gostava de me levar porque eu fazia muito barulho.E quem pesca esse tipo de peixe tem que ter silêncio total.E,lá pelas madrugadas eu ouvia o barulho de meu pai abrindo a nossa porta de palha,pois ele estava chegando e cansado de tanto brigar com o gigante negro aquático.Eu me levantava e dizia,papai o senhor matou?Ele dizia ta lá na beira,eu descia e via aquele enorme animal dentro da canoa.Peixes de 400 kilos,e eu me admirava porque meu pai era muito pequeno e colocava aquele enorme animal em sua canoa.Um dia perguntei ao meu pai.Pai,como o senhor coloca este peixe boi na sua canoa, sozinho? Ele me disse: Depois que eu mato, eu procuro um lugar baixo,tiro todos os meus pertences da canoa,alago a canoa,passo a canoa por baixo do peixe boi dentro dágua,e com uma cuia começo tirar toda a água e então a canoa flutua,e não faço força alguma!Mas, pela manhã, tínhamos que convidar toda a vizinhança pra nos ajudar a colocarmos pra terra seca,e todos vizinhos levavam uma putaua.
Lembro-me que meu pai gostava de arpua o peixe boi no boiador. E um dos boiadores marupiara era bem em frente de nossa casa. Pai saia bem cedo e deixava recado pra nós que estávamos dormindo, pra não fazermos barulho,pra não espantarmos o peixe boi ao boiar.Nessa época eles estavam arribando em cardumes e muitos pescadores estavam em boiadores,mas,sempre quem matava era o meu pai.Eu achava muito triste a morte de um peixe boi;quando o meu pai matava o peixe boi com um arpão grande nas costa,depois de cansado,sem forças,meu pai metia mais outro arpão.Agora duas linhas era mais fácil de domina-lo,Ele resistia ao máximo depois ele se entregava,boiando a dois palmos do meu pai,que pegava dois tornos,enfiando no nariz do animal na  primeira boiada.Na segunda boiada,meu pai enfiava o segundo torno no nariz,que era fatal,ele tentava tirar com a sua mão,agonizando sem respirar,e meu pai já com uma peixeira traspassava o seu coração,trazendo pra beira morto

FONTES DE RENDA

As nossas fonte de renda eram várias,meu pai trabalha com roças,com juta,com castanha do Brasil,borracha,breu,sorva,cumaru,lenha pra motor a caldeiras,gado e pesca.

EDUCAÇÃO

Eu me lembro que eu conheci uma sala de aula quando eu estava com 9 anos,eu e minhas irmãs e visinho remávamos 20 km,de rio a cima.As veses sendo atacados pelos botos cor de rosa,passando por baixo de nossa canoa querendo nos alagar.
Estudei por dois anos o Mobral,comecei assinar o meu nome.

AS MUDANÇAS

Eu me lembro que em 1971,meu pai achou por bem me mandar pra estudar em Itacoatiara,e ficar morando na casa de minha madrinha(Maria do Bosque),e minha mãe foi me deixar na casa de minha madrinha,não foi nada bom eu não queria ficar ali,mas a minha mãe me obrigou eu a ficar.Minha madrinha me matriculou no Colégio por nome L.Ribeiro,bem ao lado da casa que eu mora.E lá voltei a repetir o MOBRAL,e minha madrinha sempre tinha que estar em Manaus a cidade que eu só ouvia falar.Ela ia pra lá e demorava a voltar e neste período ficava muito ruim pra mim,mas,eu estava indo bem na escola.Tinha afeição por uma jovem na sala de aula,e,não sabia que um colega também tinha afeto por ela.Um dia me falaram que o meu colega queria me furar com uma faca,e eu enfrentei-o no pátio da escola,empurrei e ele me empurrou,e ai nos abecamos,saímos rolando por cima de juquirizinho,e nos bordoamos bastante,a tal ponto que fomos chamados pela diretoria e minha madrinha.
Eu já era fumante a caminho do vício, como eu não trabalhava ajuntava bagana nas ruas e a escondida fumava.
Lembro-me que um dia a minha madrinha disse que ia a Manaus, e que ia  ficar com o Elho e Ely,fiquei pensando no sofrimento que passava sem alguém adulto por perto.Me lembro que ficava o dia todo só em casa.Eu pensei!Acho que vou passar uns dias lá com a minha mãe no Arari, mas como irei?Tinha um vizinho que gostava muito de mim e contei o que estava acontecendo comigo, e,ele disse que arrumava a minha passagem,peguei a passagem desci pro Jauari, peguei o barco e foi ter com minha família.Meus pais me perguntaram e eu expliquei a história.
Meus pais fizeram um saco de farinha e no domingo seguinte me mandaram de volta.Chegando na casa de minha madrinha na porta de sua casa ela me encontrou,já me perguntando,pra onde tu estavas?Eu disse que pra casa de meu pai,que eu estava me sentindo muito só e resolvi passar uns dias até a senhora voltar.Ela me disse:Vá embora daqui!Não lhe quero aqui!Eu saio quando chego não lhe encontro!Peguei as minhas coisas e saí,sem saber o que fazer,me lembrei que tinha uma tia, irmã de minha mãe,lá pro bairro da Colônia.Chegando lá contei a minha história,ela disse que eu podia ficar.Disse que tinha lá na beira uma saca de farinha e meu tio Saba foi comigo, fretamos uma carroça e trouxemos as minhas coisas.Minha tia pediu transferência de um colégio para outro,mais próximo da casa onde eu morava.O meu colégio era enfrente do Bar Mendonça, uma casa antiga,e todas noites ia a escola.Meu tio me arrumou um emprego pra mim,de vender picolé nas ruas de Itacoatiara e vendia em toda a cidade.Um dia vários jovens me pararam e disseram nós vamos chupar todos os teus picolés no final agente paga.Quando secou a caixa eles correram,e eu sai correndo atrás deles chorando,cheguei chorando no Bar.O dono do Bar me tratava muito bem,eu não sabia qual era o motivo,depois eu soube que o homem era pedófilo ele aliciava todos os seus vendedores.Os que gostavam, por ele eram aliciados.
Eu observei que aquele homem tinha um cuidado muito grande por mim,contei pro meu tio Sabá o que estava acontecendo,e imediatamente ele me transferiu para uma outra escola e deixei de vender picolé.Meu tio me empregou numa fábrica de vassoura,eu aprendi a fazer todos os tipos de vassouras.

A PAVULAGEM NÃO PRESTA

No final de 1971,voltei pro Arari,neste período aconteceu um fato marcante em vinha vida.Já em casa uma dia a minha irmã mais velha veio passear em casa e trouxe uma empregada que aos meus olhos muito bonita,ela me chamava muito a atenção.No dia que eles iam embora,todos desceram pra se despedir e fiquei me empavolando,resolvi pular na água pra ela ver que eu sabia nadar,e foi pular de cima de uma ponte de lavar roupa,não sabendo que lá no fundo tinha um cepo de madeira.E pulei,e bati com a cabeça naquele pedaço de madeira.Boiando com a cabeça ensopada de sangue e uma brecha de vários pontos, atraindo a atenção de quem de fato eu queria atrair.O barco fez a volta e vieram me ajudar,queimaram com pó de café e fizeram tantas coisas até que estancou o sangue.Quase eu morri!

AS INFLUENCIAS
    
Em 1972,meu irmão veio de Manaus e nos animou a irmos embora pra Manaus,o JURACI meu cunhado foi levar nossas coisas lá em Manaus,meu pai já tinha vendido gado pra comprarmos uma casa.Compramos uma casa lá no Bairro da Compensa II que estava em organização.

VIDA NA CIDADE GRANDE.

A minha mãe me matriculou no Colégio São Pedro, e como já tinha perdido o meu certificado do MOBRAL,voltei a estudar o MOBRAL.Meu pai arrumou um emprego de vigia,eu fui plantar grama envolta do Ponta do Ismael,depois,quebrar pedra nas pedreiras,depois,furar pedra pra fazer bomba pra explodir as pedreiras,depois,arrumador de uma casa de umbanda chamada Iara Comércio LTDA,e depois servente de pedreiros por quatro anos.E continuei estudando com muitas dificuldade fiz a 5ª série.Em 1974,me lembro que houve divulgação que o SENAI,ia recrutar alunos para construírem um Colégio próximo de casa,e a minha mãe foi e matriculou eu e meu irmão.Ele pra carpinteiro, e eu pra pedreiro,passamos seis meses e nos formamos como profissionais,recebi uma bolsa contendo todas as ferramentas de um pedreiro,só que eu tinha medo de
Assumir a profissão e fiquei trabalhando de servente por longos dias.Ali me criei junto aos meus pais,sempre fui um filho que nunca dei trabalho para os meus pais,eles confiavam em mim.



PRESO POR ENGANO

Arrumei um emprego lá na cachoeirinha numa mercearia na Avenida Carvalho Leal,a proprietária era a dona Alzira,prima de um amigo meu chamado Henriquinho.Já tinham feito alguns assaltos naquele estabelecimento e a dona Alzira achou por bem me contratar,e eu só entrava a partir das 10:00 horas da noite,que ela fechava e me deixava trancado dentro da mercearia.E pelas madrugadas eu me acordava e ia abastecer os frízeres,pra que pelas manhas tivessem geladas as bebidas.Com uma semna pela madrugada em meio uma grande tempestade de chuva acordei com um impacto muito forte no portão de quatro dobras.Minha arma era somente um terçado,e logo peguei-o e fui na direção,mas,estava com muito medo e olhando pela brecha vi um sujeito com um pé de cabra tentando arrombar o cadeado.Enfiei o terçado na brecha da porta e soquei com toda a força.E não sei se sou criminoso,pois o cara correu e saiu em disparada num carro.Por estes dias estavam fazendo a inauguração de um posto de gasolina bem enfrente da mercearia e ninguém sabia que ali trabalhava alguém no meio da noite,e tinha pessoas que me conheciam.E numa noite de domingo e ser a inauguração do posto,e naquela noite convidei o meu colega Henriquinho pra ficarmos lá na merceria e me ajudar.Agora o posto com funcionários novos,funcionando 24 horas.Pela madrugada nos acordamos e fomos abastecer os frízeres,fazendo barulho nas garrafas,e logo ouvimos o sussurro de alguém a nos espionar pelo lado de fora, vindo.De repente!ouvimos o barulho do  carro da rádio Patrulha,vindo em nossa direção.Até comentamos:Lá vem a policia atrás de ladrão!Mas,o carro parou enfrente da mercearia,um carro,dois carros e três carros e logo se esconderam por detrás dos postes e gritando!Seus bandidos vocês estão cercados!saiam pra fora ou nós vamos metralhar a mercearia.E nós respondíamos que não éramos o que esles estavam falhando,e que estávamos a serviço.Eles de fora e nós de dentro,mandavam que nós saíssemos,só que a porta estava trancada por fora e não tinha jeito.Tinha uma janela e eles disseram que era pra nós sair por ela,quando fomos tentar,eles disseram:Se pular nós vamos atirar,e voltamos,e estávamos apavorados e aterrorizados com a situação.Os policias arrumaram um poste grande e colocaram no ombro de todos atravessando a Carvalho Leal e corriam em direção a porta que com três batidas se abriu,mandaram nós sair com as mãos pra cima.Quando viram que nós não tínhamos armas nos atacaram de chutes e ponta pés e cacitetes e tapas.Passamos alguns minutos no tatames policias.Nesse momento o motorista de minha patroa passava pelo local e nos viram apanhando da policia,e foi até o Morro da Liberdade avisar patroa que veio de camisola,não encontrando os seus funcionários no trabalho,se dirigio a delegacia de Petropoles.Estávamos com 10 minutos presos quando ouvimos o barulho dela brava com o comissário de policia.Porque tinha prendido os seus trabalhadores,e que mandassem imediatamente nos soltar.Sair com alguns hematomas no corpo,mas,o Henriquinho por ser cabeludo apanhou mais.E nós fomos confundido com um bandido da época por nome (Socó) 

A PROCURA DE UMA ESPOSA

Em 1976 assumi a profissão de pedreiro e comecei a ganhar mais dinheiro e veio a necessidade de uma esposa,todas as moças com quem eu me envolvia eu queria era casar,mas,elas não queriam nada.Em 1977,fui preso por engano,no meu trabalho,sofri muito nas mãos da policia com chutes e ponta pés,ouvia a ordem do delegado pelo rádio da Radio Patrulha que eram pra me matar,mas,o cabo não quis me levar pro varadouro,e dez minutos que eu estava preso a minha patroa veio me soltar.É muito triste sofrer por um crime que você não praticou.
Em 1977,namorei uma jovem por nome Maria Estela,ela de menor e eu de menor,e já queria casar,mas,meus pais não aceitaram o nosso casamento,e que mais tarde levantaram uma calunia de um fato que nunca aconteceu entre me e ela;falaram que eu tinha tirado a virgindade dela,e que não foi verdade.Com isto fiz ela e  sua família se distânciar de mim e fiquei apaixonado pois eu amava muito ela,tentei me explicar mas ela não queria explicação.

INDO AOS POVOS SATERES

Em janeiro de 1977  a minha irmã casada com o Alberto Rocha que trabalhava na FUNAI,vieram nos visitar,e ele me convidou pra trabalhar de professor na reserva dos Saterés Maué,falei para os meus pais e eles permitiram que fosse.Não conhecia Maués,passei a conhecer.Dois dias depois fomos de voadeira pra área indígena,entrando a noite na área vimos umas luzes acesa e paramos naquela comunidade,era uma festa indígena chamada “mãe mãe”.Ficamos ali até pela madrugada,quando estava próximo o posto da FUNAI o motor de popa quebrou e tivemos que chegar de remo.Meu trabalho junto aos índios era de ensinar os indígenas a falar o português.Nesse período eu já era viciado no fumo.Agente ia até Maués para fazer as nossas compras do mês.
A minha irmã falou pro meu cunhado pra encostarem na casa do seu Nonato.Ele colocou a voadeira na direção de um igapó fechado,entramos por baixo de umas árvores.Encostamos no porto de uma casa desconhecida pra mim.O casal subiu e fiquei no bote fazendo algumas tarefas do meu trabalho escolar.Dirrepente,desce uma jovem morena com uma lata pra pegar água,enquanto ela não me olhava, eu olhava a sua beleza,e ela falou comigo e respondi não com muita atenção,não lhe dando crédito,logo ela levou a sua lata na cabeça e pra lá chegando começaram a me caçoar,dizendo que eu não ligava para os pobres.Todas as vezes que íamos pra Maués tínhamos que parar naquela casa,pois era legal,o dono da casa nos dava presentes e mais a beleza de suas três filha,por nomes:Maria Izabel,Maria Gracielle e a Alzira,em outras vezes que encostava naquele porto conversava bastante com a Alzira,moça muito extrovertida e ela me cercava com perguntas e até alguns pedidos.Nesse tempo estava gostando de uma jovem empregada da minha irmã Carmita dona do Restaurante Tambaqui.E com a minha permanência na reserva, longe da cidade,gostei de uma índia Sateré,muito bonita,bem branca e por cima minha aluna.E meu cunhado disse:se eu chegasse engravidar  nunca mais ia sair da reserva,e ele me fez tanto medo que eu acreditei no que ele falara.O nome da índia era Bernadete.Mas,foi chegando o meu tempo naquele lugar e já final de ano.Voltei pra Maués,~morei com a minha irmã Fátima,e passei a namorar uma moça chamada Suzete filha da dona Santina,que por ser muito ciumenta não deu certo nosso relacionamento.Nesse ínterim soube que minha mãe estava no Arari,minha terra natal,peguei um barco de linha que ia pra lá.Já com minha mãe,a coisa ficou bem melhor.Mas,eu estava passando por uma fase muito quente,queria casar e não achava com quem.Pois até aqui ainda me lembrava da tal Maria Estela e procurava uma outra mulher que lhe substituísse,mas,nenhuma queria compromisso de casamento.Agora no Arari,conheci minha prima Derzuita,muito bonita,sangue do meu sangue nos gostamos,mas,quando minha mãe soube.Pode parar com esse namoro.E acabou.Dois de novembro de 1978,sai de casa caminhei num campo e cheguei em um cemitério que ficava perto de minha casa,pois lá eu tinha certeza que eu ia encontrar uma passagem pra Maués;estando no Arari fica muito contra a mão pra quem quer ir pra Maués.Mas,graças a Deus encontrei sr.Borge,dono de um barco,e logo falei em uma passagem até Maués.Mas,ele me disse que ia somente até a boca do Arari,e fui com ele,passei dois dias morando com eles a espera de um barco de linha.No terceiro dia apareceu o Guilherme Pereira que fazia linha Manaus,Nova Olinda à       Maués.Chegando em Maués,peguei a minha pasta e minha bolsa em    direção da minha irmã Fátima,meio chateado,cansado e na ressaca da paixão, querendo uma companheira pra compartilhar das minhas alegrias,a porta fechada bati na porta,e derrepente! Quem me abre a porta a mesma jovem que eu a vi carregando água lá na beira do Rio Urupadí,agora passando uns dias com a minha irmã.Eu,a cumprimentei,e minha irmã ficou logo todo me gabando perante ela,e gostei muito daquela recepção.Eu ia ter que voltar pra ajudar na construção do escritório da FUNAI naquela aldeia,mas os dias que passei ali,tive o privilégio de convida-la a ir ao cinema.Fomos todos daquela casa,a minha irmã deu um jeitinho eu também pra que eu sentasse ao   lado   da   garota,e  peguei em sua mão e todo o nosso namoro ali começou.Logo em seguida marquei uma data pra o nosso noivado.Como eu estava ainda na área indígena.Um amigo meu chamado Andrade ia nesses dias pra Maués e logo lhe pedi um reboque pro meu casco toró e eu.Que no dia chegando próximo paramos em uma residência para comprar melancia,comprei uma melancia grande.E perguntaram pra onde que eu ia?E contei que ia pedir a filha do seu Nonato em casamento!E me falaram:Rapaz o homem é muito bravo,ninguém tem coragem pra fazer isso! E fui.Chegando no porto de sua casa uma praia sem fim,de areia branca,puxei meu casco,me arrumei,peguei a melância e subi,mas,o seu Nonato não estava naqueles dias.Ele tinha ido pescar tartaruga distante dali,mas,eu tinha que falar não só com a minha Gracielle,mas, com seu pai,e eu atei a minha rede na sala ao lado da rede do seu Pereira um distinto senhor que me deu conselhos e conversamos bastante.No segundo dia que me encontrava ali, apareceu o homem bravo.Na ora da janta, puxei o assunto,que eu queria lhe falar: Falei que gostava da filha dele, que tinha intenção de casar com ela, e que queria saber da opinião dos pais dela.A resposta dele foi sim e da mãe também.Mais,ainda perguntaram da minha namorada se era da vontade dela casar comigo.E ela meio que escondida de vergonha dentro de um quarto,soou um sim.
Marcamos a data de casamento pra dezembro de 1978,fomos pro casamento e não tinha juiz na cidade.Foi marcado uma nova data pro dia 20 de janeiro de 1979,e o pai da minha namorada me falou que era pra mim ir pra casa dele e que de lá viajávamos num barco que ele ia alugar.E assim como combinamos fui,chegando lá não tinha nenhum barco e nem esperança.Tinha uma canoa grande muito pesada,ele disse:vocês podem ir nessa canoa pra Maués,eu não vou poder ir,mas ta aí canoa! Ai, nos arrumamos pra viajar no dia 19 de janeiro bem sedo.Na popa a Izabel remando,eu o noivo na proa a minha namorada logo num banco mais atrás e minha sogra e cunha Martinha e minha cunhada Alzira no banco do meio.Saímos as 6:00 horas da manhã.Eu estava acostumado a fazer este percurso todos meses em voadeira da FUNAI,mas,agora não tinha apoio da Funai,era a minha,e tava metido numa grande enrascada.Nove horas da manhã,paramos no porto de uma parente de minha esposa que tinha muita manga nos pés.Ele nos deram muitas mangas,que saímos comendo durante o dia,mas,fruto não mata fome.Três da tarde a fome atacou e a minha namorada ia levando um galo de herança.Combinamos a comer o galo,paramos e preparamos e almoçamos,e entramos na canoa e haja remar.Quando tinha vento nós inventávamos uma vela e corria mas aquela enorme canoa lenta.Quando foi dando as nove horas da noite fomos chegando no porto de Maués.Subiram pra casa do seu Antonio e eu fui pra casa da minha irmã Fátima.Com isso eu já tinha mandado fazer os dois enxovais,calçados,documentos no cartório.Naqueles dias tinha aparecido em Maués uma ex-namorada lá de Manaus,por nome Leonor.Ela estava querendo impedir
O meu casamento só que ela não sabia que dia ia ser o meu casamento.Mas,as 10:00 da manhã do dia 20 de janeiro de 1979,entramos no cartório do primeiro oficio e nos casamos,fomos pra casa da minha irmã Fátima e já pronto pra viajar

DE VOLTA AO LAR

No dia seguinte no Yamane pra Manaus.Saímos as 18:00 casado e animado com
Destino a Manaus.Agora com 19 anos de idade,pedreiro formado e professor de volta a sua cidade de formação,meu pai José Farias me dizia que o filho só entrava com uma mulher na sua casa se fosse sua esposa.Agora eu ia com a minha e casado de verdade.Chegando lá,entrei,tomei benção como é o meu costume,ele me abençoou e então eu apresentei minha esposa.Ele me disse:Meu filho casar não é casaca.E como não tinha a onde morar,passei a morar com os meus pais.Logo em seguida consegue recursos pra construir a nossa casa,atrás da casa de meu pai.Fiz uma bem pequena de seis de comprimento por quatro de largura de caicharia  e chão batido.

CASADO VIVENDO COMO SOLTEIRO

Agora casado,ainda queria viver como solteiro sem responsabilidade
De onde ir,quando chegar,ficar até tarde com os colegas,e por isso a minha esposa brigava comigo,me deixava preso pro lado de fora e eu pedindo clemência de fora pra entrar,e não tinha apoio de minha mãe porque eu estava errado.Ela dizia:procurou mulher tem que dar conta,e brigava comigo.A minha mãe era uma mãe muito presente,ela vivia a nossa vida, ela se importava muito conosco.No mês de fevereiro a Gracielle ficou grávida da minha filha Djeime.E nesse ínterim o desemprego estava forte na cidade,e eu dominado ainda pelo meu pai

VIREI AGRICULTOR

.Foi convidado por ele a plantar juta nas terras do Paraná do Uraria.E quando estava próximo do mês da minha esposa ter o bebê.Fomos pra Maués,deixei ela morando com a minha irmã Fátima e segui com o meu pai pra fazermos roçado.Meu pai,pegou um empréstimo do Banco do Brasil pra plantarmos cinco hectares de juta.No mês seguinte já sabendo que a minha esposa já havia tido o bebê.Fomos até Maués e vi a minha primeira filha embrulhada numa fralda.A minha esposa com 17 dias de resguardo comprei um mosquiteiro pra três,pois pro lugar que estávamos indo tinha muito mosquito.A NOVA MORADA.Chegamos na nossa nova morada era a boca da noite,que alias; era a casa de um amigo de meu pai no meio de um grande capinzal,na beira do Paraná do Uraria.Subimos,fizemos a espessão.Fui logo atando as redes e mosqueteiros,meu pai fazendo fogo pra preparar a janta,e o fogo era no chão molhado,e comemos sobressaltados pelos carapanãs.E nos dias seguintes fomos fazer o nosso roçado pra plantar juta.Derrubamos cinco hectarias,queimamos.Nesse período o meu irmão João Carlos veio de Manaus com toda a sua família pra nos ajudar.E meu pai já tinha ido em Manaus e vendeu a casa dele e a minha por 11.000.000.000 (onze milhões de cruzeiros),ele me deu uma quantia,e com essa quantia fui na serraria e comprei tabuas pra assoalho de minha nova casa planejada,que não demorei a armar.Fiz com um 1.70 de altura comedo das enchentes do Paraná,fazia os nossos  trabalhos e a minha casa,com isso já tínhamos saído daquela casa feia,meu pai,eu e meu irmão tínhamos feito um enorme do barracão que morávamos todos ali dentre.E neste período que comecei a fazer a minha casa nós já tínhamos aprontado a do meu pai,toda bonitinha de madeira,e o meu irmão João não tinha se dado bem tinha ido embora pra Maués.Ficando só eu com o meu pai na batalha,como  agente trabalhava com o banco tínhamos condições de pagar diárias pra nos ajudarem.Nos anos de 79 a 83 fiquei morando nas margens do Uraria.Fui pra debaixo da minha casa,olha lá a altura!Coberta de palha as paredes de palhas as portas de palhas o assoalho de tábuas .Bem na porta fiz um pequeno passeio com uma escada de corre mão pra como segurança,e ali a minha esposa colocava as suas plantas nas latas e a minha filha Djeime gostava de brincar ali com a sua cachorrinha pantera.O PERIGO ESTAVA NA POTA.Numa tarde eu estava ali vendo aquelas plantas,e em meios as ramas vi algo diferente,afastei as plantas com a mão e vi uma “surucucu rana” embola em meios as plantas,ali a minha filha brincava e aquele animal não á via visto ela.Mas,tive que mata-la.Eu me lembro de uma cheia que inundou todas as margens do Uraria e a minha casa submergiu e só se andava de canoa,ia passear na casa de meu pai só de canoa e meu pai vinha na minha também de canoa.Tínhamos muito cuidado com a Djeime pra ela não cair nágua,agente puxava peixes do passeio de nossa casa,ficou faltando um palmo pra água cobrir o nosso assoalho.A casa do papai foi pro fundo.Engraçado nessa historia que quando estava enchendo Eu a Gracielle e a Djeime,íamos dormir com meu pai,só havia uma pequena ilha e lá as galinhas dormiam,mas,os sucurijus estavam atacando-as.E as água subiram que tive que fazer um galinheiro na janela da casa de meu pai.Isto é;a porta pro lado de dentro e o corpo pra fora.Fiz,e colocamos todas as galinha ali dentro.O PERIGO ESTAVA NA JANELA.Acontecia de as vezes agente dormir na nossa casa e as vezes na casa de meu pai.E depois que fizemos o galinheiro numa certa noite me acordei  com um grito forte de galinha em desespero na janela onde estava a minha rede.Pulei,rapidamente e gritei!Acende a lamparina!A minha mãe acendeu e veio e eu abri a janela onde estavam as galinhas e tinha um sucuriju enrolado com a galinha só que ele não podia levá-la por ele tinha passado com a cabeça pela brecha das tabuas,que engatava,e como o galinheiro era baixo e com muitas galinhas, com um terçado cortava a cobra mas não entrava,pois não tinha espaço pra golpeá-la com força.E ela imediatamente soltou a galinha e caiu na água,e nos acudimos a galinha e ainda viveu.Passado duas noites,no meio da noite o grito de socorro vindo do galinheiro.E foi aquele corre,corre,acende a lamparina,e até que se acendeu,trouxeram em minha direção,abri a porta do galinheiro meio com medo de derrepente eu ser atacado pela cobra,e afastando as galinhas lá estava outra cobra embolada com outra galinha,fiz a mesma coisa que tinha feito com a outra e ela foi bem de saúde.Passado mais algumas noites,agora o assoalho de meu pai estava quase pra entra na água.Fomos acordados com gritos de socorro vindo do galinheiro,no meio da noite,você estando dormindo.As vezes parece que você vai morrer.Acende a lamparina! Acenderam, e me trouxeram,quando alumiamos no galinheiro tinha uma enorme da cobra sucuriju,que estava pra derrubar o galinheiro,calculadamente uns sete metros.Aí eu disse pro meu pai em tenção,pai me dá a espingarda, ele me deu ,mandei afastar as galinhas;mas,o danado do nervoso eram tão grande que apertei o gatilho e nem mirei,e nem pegou na cobra,mas,com o estampido ela soltou a galinha,que estava morta.Naquela madrugada foi difícil dormir,tudo era cobra.Tivemos que mudar pra minha casa que a de meu pai já estava entrando na água.Fomos pra casa,meus pai também com agente.Todas as manhãs eles dois iam ver as galinhas.Agora morando na minha casa,uma certa noite me acordei com alguma coisa varando nossa parede de palha e pulando em cima do meu assoalho em meio ao escuro da madrugada.Foi um desespero dentro de casa pois não sabíamos o que era,até que acendemos a lamparina,fomos saber que era um peixe traíra que o boto tinha espantado debaixo de casa e pra se livrar pulou e acertou a parede da minha casa e varando.Bela manhã foi o nosso café.A DECEPÇÃO.As água desceram,começamos nossos roçados com a esperança que a juta ia dar muito dinheiro nesse,nos anos passados já tínhamos comprado um motorzinho pra fazer as nossas viagens de produção pra Maués.Mas,quando fomos vender a nossa produção tinha caído pela metade o preço,e ninguém teve condições de pagar o banco,meu pai teve que vender o seu barquinho pra pagar o banco.Ainda bem que nesse ano eu tinha fundado uma
Escola  na beira do Paraná e tinha um salário,mas,no final do ano letivo falei pro meu pai que eu ia passar um tempo lá com o meu sogro.Com isso o meu pai tirou um outro terreno dentro do castanhal,e eu fui morar por uns dias com o meu sogro,a minha esposa Gracielle estava esperando pra ter nenê.Demoli a minha casa do Paraná e trouxe para o Gito no Urupadí.Nesses dias que parei com o meu sogro ele me deu um terreno e uns pés de guaranás no mato.Armei a minha nova casa agora em lugar que não enchia.Na casa do meu sogro,lá pela meia noite a minha esposa se aperreou
           Com muita dor,e eu tive que ir aquela hora da madrugada atrás de uma parteira a mais de 30 km ,quando cheguei a minha filha Djeirla já tinha nascido,e a parteira só fez cortar o umbigo,o nome dessa parteira era Brasilina;era uma Índia Sateré Maué.Agora não estava mais no regaço de meu pai tinha voado de verdade,tinha que dar os meus pulos não pra cair,mas,pra me firmar e firmar a minha família que agora era 4 pessoas,aprontei a minha casa,comecei a limpar o meu guaranazal,que no limpo esta ficando muito bonito,fiz um casco de itaúba que quando andava parecia mais uma tora de pau boiada.Sempre ia passear com os parentes da minha esposa num rio chamado paricá que por terra eram uns 50 minutos.Uma dessas vezes que estive ali,eles reclamavam que o povo do da comunidade do Cajual,Católicos faziam muita discriminação com as crianças  crentes da Assembléia de Deus.E eu disse pra eles:porque não fundavam uma escola pra eles mesmos,e eles me responderam que ninguém podia fazer aquilo,botaram algumas dificuldades.Mas,eu os animei,dizendo que já tinha sido professor e que já tinha fundado uma escola lá no Paraná do Uraria e que eu ia pegar os nomes dos alunos,e peguei os nomes e fui até Maués na secretária e conseguir a escola,e me perguntaram quem ia ser o professor?E eu disse que podia ser o professor.E quando cheguei com a noticia que ia funcionar a escola foi uma grande alegria.E todas aquelas crianças foram estudar comigo.Agora já tinha salário de novo,passei um ano andando a pé dentro das matas pra ir lecionar de um outro lado do rio Paricá.Depois resolvi morar mais perto da escola.Ai então passei a morar com irmão Zequinha.Aos domingos eles iam pra Assembléia de Deus e eu ia pra Católica.Ninguém me falava nada do Evangelho.Eu profundamente agarrado ao vício do cigarro quando não tinha tabaco eu fumava folha de mamão seco,pra matar aquela grande falta da fumaça no pulmão.Tinha vezes que eu trabalha uma diária só pra comprar tabaco ou cigarrinho.Mas,não estava bom que meu salário falhava muito.E tava querendo ir embora pra Manaus e não tinha condições.Nesse ínterim o meu guaranazal pegou fogo que ficou só os talos e fiquei mais desgostoso.Aí então um dia o mesmo que me trouxe em 1977;Alberto Rocha,me viu que eu estava querendo ir embora.Me convidou pra ir pra Manaus,eu disse que estava sem dinheiro e ele disse que pagava as passagens,a minha esposa já estava próximo em dar a luz a minha terceira filha.Deixei casa,terreno,guaranazal  queimado e fui me embora pra Manaus,já havia seis anos que eu estava fora,que não via Manaus.Indo pra Manaus,pensando a onde morar?Casa não tinha,só tinha uma irmã que morava na Compensa II,e foi pra lá que eu fui com todos os meus brigões.Chegando ali contei a minha situação pro meu cunhado e ele me disse:Cunhado tem este Tiosque aqui se o senhor quiser e eu disse que queria.O primeiro problema tinha sido resolvido por um tempo,mas,tinha outro problema,que era emprego pra sustentar os meus filhos e esposa.A meu irmão não foi fácil!Tinha dias que agente comia porque Deus é bom.Ai eu me acheguei a minha igreja, e eles  me ajudava com sexta básicas quase sempre,ali na igreja de São Vicente de Paula batizei as minhas duas filhas,tinha agora dois compadres.Mas,o que eu queria mesmo agora, era uma casa minha mesmo.Um dia um amigo católico me disse que estava havendo uma invasão no Mauazinho,e ele me convidou pra irmos até lá,e como fui. Cheguemos sedo procurando um terreno mais estava tudo ocupado.Mas,alguém disse que tinha uma velinha que tinha uns terrenos pra vender e nos fomos lá e compramos dois.Nesse meio de tempo já tinha arrumado uma casa pra construir,e comecei a ganhar dinheiro.A minha terceira filha tinha nascido,a Djeirlane.E ela estava com poucos dias,e eu  já tinha feito uma casa lá no nosso terreno todo coberto com uns alumínios velho e furados e a cerca de papelão com piso no chão. Num sábado eu disse pra minha esposa que era bom que agente fosse embora pra nossa casa velha de papelão,pois lá era nossa.Arrumamos tudo que tínhamos e de ônibus fomos nos arrastando  e chegamos lá.Um monte de gente igual a nós e outros melhores,mas,agora estava debaixo da minha casa.Naquela noite umas dez horas deu um grande temporal que levou as paredes e quase todas as telhas velhas e nos agarramos ao bebezinho que estava numa rede e as outras minhas filhas ao nosso redor e a chuva  caindo com força,até que parou a chuva e fui arrumar as telhas e paredes e ver as roupas que não molharam.Ia ao trabalho minhas filhas ficavam ali desprotegidas e eu pensando em melhorar esta situação.Na semana seguinte,no sábado,comprei madeira e comecei a armar uma casa boa e com três semanas aprontei um quarto na frente e passamos logo pra li.Nesse período o meu irmão veio de Maués e não tinha a onde morar e fui lá comigo e contou a situação dele e eu convidei pra morar conosco.Aquele quarto tinha 4 por 4 e ficou lotado.Quando eu chegava a tarde a minha esposa me dizia que o trator da Suframa tinha passado por lá e não derrubou a nossa casa por que tinha gente dentro e isso era quase todos os dias,eles diziam que aquelas terras eram da Suframa.Naquele mês os filhos do meu irmão adoeceram de sarampo,a minha Djeirlinha o sarampo recolheu,e tinha dias que parecia que ela ia morrer,os hospitais muito longe,e nós sem saber o que fazer.Quando ela já estava mesmo encontrei uma velha preta,mais enviada por Deus que nos ensinou a fazer um remédio e nós fizemos e foi uma benção e logo a minha filha se levantou.Mas,a do meu irmão continuou doente.Foi quando ele me disse mano nós temos que sair daqui deste lugar,ele foi em Maués vendeu um barquinho que ele tinha e veio e comprou um terreno lá no Dom Pedro I,e nós fomos na serraria e compramos madeirame pra toda a sua casa e fizemos a sua casa e ele me disse:Vamos embora pra minha casa,e eu disse.Vamos,colocamos num caminhão todas as nossas coisa.Deixei terreno,casa e amigos e fui embora,e lá nunca mais voltei.Agora morando com o meu irmão,a sua filha doente veio a falecer,foi um choque muito grande pra nos.Que no mês seguida veio o meu sogro Raimundo Nonato passar as férias conosco,ai ficou muito lotada a casa de meu irmão,voltando o meu sogro um dia conversando com a minha esposa disse pra ela que era bom que ela passasse uns dias lá com o pai ela pra que nós pudéssemos fazer a nossa casa.Ela viajou,e todo o dinheiro que eu pegava comprava os matérias em alguns dias aprontei a nossa casa.Chamei a minha esposa,e quando ela chegou já debaixo de sua casa foi bem melhor.O problema agora era que nós não tínhamos água encanada e nem luz,tudo era emprestado.Um dia nós conversamos e acertamos que íamos vender e comprar uma casa em Maués,colocamos placa de venda,não demorou muitos dias apareceu a dona Maria das Neves pra comprar.Vendemos por 370.000.00 (trezentos e setenta mil cruzeiros),vendemos pegamos o dinheiro e pedimos 30 dias pra desocuparmos,já não estávamos querendo ir pra Maués,agente tava meio que arrependido,e um dia foi conversar com um visinho casado com uma mulher nova e ele já meio surrado,ele reclamando que  mulher dele tinha ido embora com outro e que ele estava vendendo a casa,eu perguntei por quanto e ele me disse que era por  350.000.00 (trezentos e cinquenta mil cruzeiros).E mediatamente foi ter com a minha esposa contei a história convidei pra que nós fossemos até lá se ela se agradasse agente poderia comprar.Fomos lá e fizemos uma inspeção:tinha água,tinha luz,tinha banheiro e uma boa ponte passando enfrente.Disse pro dono que ia comprar.Fomos no cartório e no mesmo dia passamos pra casa nova,e naquela casa foi onde eu comecei a escutar o evangelho.Os irmãos da Assembléia de Deus faziam culto justamente enfrente da minha casa.Na época eu já estava bem melhor financeira tinha comprado uma tv colorida de 20’’e nas horas dos cultos deles eu aumentava o volume da minha televisão bem alto,mas,mesmo assim passava a palavra.A minha filha Djeirla colocava as mãos no ouvido e dizia:Vai espocar o meu ouvrido!Mas,mesmo assim eu ainda estava apegado ao Catolicismo Romano,passei a ser catequista de um Centro Social do Alvorada I,ali eu fazia as minhas rezas e depois me arrumaram uma vaga pra mim lecionar para adultos,me ajudavam com ranchos bem gordos todos os meses.Foi o tempo eu me convidaram pra participar de um grupo fechado da Igreja Católica chamado de “Catecumenato”e,passamos uns dois dias fazendo palestras,e finalmente agora um catecúmeno.Foi lá que conheci o Edinaldo e sua esposa Nicolassa e outras pessoas.Eu já tinha conseguido uma bíblia Ave Maria e lia muito aquela bíblia,mas,agora era diferente fazíamos estudos em grupos familiares e na igreja,agente tomava a Ceia do Senhor com o Pão e o Vinho junto,coisas que os padres não fazem  na igreja aberta.E muitas coisas me abriu os olhos.Ganhei uma bíblia Jerusalém,muito boa ,ai que eu lia mais a bíblia e fui me revoltando com as mentiras que tem dentro da Igreja Católicas,eu e o Edinaldo na época contendia com os padres,com perguntas que as vezes eles não sabiam responder.Já conhecendo a verdade queria que a Igreja Católica mudasse o seu rumo pra dentro da Bíblia,mas,tudo eram vão.Enquanto a minha história avançava,o meu lar era um lar de Abraão,muitas pessoas do interior que nunca tinham oportunidades de vir a cidade grande, estavam tendo a sua.Passaram pra morar conosco:Alaci e sua família,Geraldo Menezes,Sara Menezes,Gracieme Menezes,Paulo Menezes,Heraldo Menezes e outros que não me lembro mais.Hoje essas pessoas tal vez nem lembram mais de mim e nem sabem o valor que eu tive naqueles dias para eles,hoje estão todos bens,graças a Deus.Eu me lembro que numa noite num culto o irmão Edinaldo se levantou e disse que tinha um amigo que ia fazer um estudo Bíblico na casa dele e convidou todos os irmãos Católicos que quisesse ir,naquele dia eu não fui,mas,no próximo eu fui.Chegando lá meio cismado com uma camisa que tinha no peito os seguintes dizeres:”Não insista já sou Evangelista”.E chegou um senhor e uma senhora tudo bem arrumada,começou o estudo e foi dentro das minhas necessidades e minhas exigências e gostei e continuei,depois soube que ele era um pastor,mas eu só queria aquele estudo e nada mais,e fui,e passou-se e eu gostando.Ai que eu fiquei mais exigente na igreja em minhas pregações.Me chamavam de crente,de pastor.Aí nasceu  a minha 4ª filha pus o nome dela de Djeirliane,e essa foi batizada dentro de um camburão de madrugada pelo padre o Edinaldo e a Nicolassa serviram de padrinhos.E eu orava assim nas ruas:O Senhor me mostra um lugar onde as pessoas te busquem de verdade em Espírito.Porque lá onde eu estava,agente terminava de reza,tomar a Ceia do Senhor e saindo ia se prostituir,fumando,
Bebendo,e outros pecados.Uma noite de estudo,perguntei daquele pregador onde era a Igreja dele?E prontamente ele me informou e disse que eu era muito bem recebido se eu fosse lá.A MINHA CONVERSÃO. E pois não é que eu fui lá na igreja dele no dia 6 de dezembro de 1987.Foram comigo as minhas filhas:Djeime e Djeirla, lá na rua Itacoatiara numa garagem da casa da irmã Maria das Virgens.Fiquei enfrente a casa,ou a igreja parado com as pernas tremendo, e Djeirla  disse vamos entrar papai.A,vamos,entrei,e parecia que todo mundo estava olhando pra mim,o pastor ainda veio e disse o seu Edivaldo sente-se aqui na frente,e o senhor vai tocar pra nós nessa noite,e já me deram o violão.E me lembro que o primeiro hino que toquei numa igreja Evangélica foi este:O que saudosa lembrança tenho de ti o Sião terra que eu tanto amo...E naquela noite aceitei Jesus como o meu Salvador.Naquela noite sentiam falta de mim na minha Igreja Católica,e contei pra algumas pessoas que eu ia sair da igreja,e marcamos a data da nossa saída.Nossa. porque o Edinaldo e a sua esposa estavam também saindo.Quando eu me converti eles já tinha se convertido antes de mim.Quando anunciamos a nossa saída o mundo veio contra nós,com choro,cotoveladas,olhares de desprezo e tudo mais,mas,eu firmei com o meu pacto com Deus,nada mudaria
a minha vontade. Nem ranchos que eu ganhava, nem mesas fartas que nos davam e nem os amigos,pois eu tinha encontrado algo que a muito tempo procurava em oração.Agora como crente,a minha esposa meio sem saber o que tinha acontecido em minha vida,eu ia com as minhas filhas pra igreja sempre,sempre.Os meus visinhos se escondiam de mim,ficaram aborrecidos comigo.Fizeram uma festa próximo de minha casa e acharam uma foto minha numa bíblia Católica que tinha dado para uma pessoa,e aquela foto botaram chifres e diziam que eu era o falso profeta.Tinha amigos do cigarro,do vinho do violão,todos se afastaram de mim.Mas,agora comecei a evangelizar os que estavam ao meu lado.Ganhei minha esposa,meu irmão, minha mãe,meu pai e assim foi se cumprindo a promessa de Deus em minha família.(crer no Senhor Jesus e á salvo tu e a tua casa.At.16:31).Hoje todos os meus irmãos servem Jesus.Eu tinha um sonho de sair daquele lugar que eu estava.Quando chovia enchia o rio a transbordar e quando descia ficava peixes podres e cachorros podres embaixo da casa.Tinha noites que chovia,quando as águas baixavam ficava o mau cheiro até pela manhã.As minhas filhas caiam pela lama,e isso era muito ruim.Mas,quando eu me converte Jesus tocou o coração o irmão Edinaldo que tinha muitas terras a distribuir os seus terrenos com quem não morava bem.Eu ganhei no seco um terreno de 10x33.E conversei com a minha esposa e decidimos vender a nossa casa pra construirmos a de alvenaria.Coloquei placas e peguei mais de 600.000.00.(seiscentos mil cruzeiros).CONVERTIDO MORANDO BEM.  Comprei tijolos ,areia,pedras  madeiras.Assim que chegava do meu trabalho ia passando pra lá e trabalhava até tarde das noites e sábados e domingo e até que cobre um pedaço e já passei pra dentro,e todo dinheiro que pegava investia na casa,e investia em mim e na família.Busquei o Batismo no Espírito Santo e alcancei,o meu pastor queria me colocar como diácono eu não aceitei pois não entendia muito bem como Deus trabalha na nossa vida,e depois ele tentou novamente e eu bloqueei o meu chamado.Mais tarde meu pastor me perguntou se eu não queria fazer o seminário no Instituto Batista do Amazonas,e era de graça,e eu me interessei, e eu e irmão Manoel de Oliveira fomos fazer.Nessa época e na minha nova morada,vieram morar comigo muitas pessoas:Genésio,dona Cacilda,Alicio,Rosinha,Agenor e esposa,Mara,Hirleia,Jaime,Jonilso,Jackson Raimundo Nonato,Nicanor,e outros que não me lembro no momento,mas foram lindos momentos,que passamos juntos.Praticamente quase todos lá do rio preto,e eles me diziam que quando eu me formasse fosse trabalhar lá com eles .Também tinha a minha família lá no Arari minha terra natal.Eu só dizia que fosse feito a vontade de Deus.E se foram passando os dias,e eu tinha entrado em 89 no seminário,saia todas as seis horas da manhã do bairro da Paz e caminhávamos por dentro do Alvorada e íamos varar na  estrada da Ponta Negra,e fizemos esta rota por quase três anos e nunca ninguém teve pena de nós.E quando a minha filha de nº 4 nasceu nós começamos  a fazer planejamento familiar,e comecei  a orar pedindo de Deus um filho homem pois já tinha quatro lindas meninas.E passou-se os dias me formei em 1992,aos meados de maio.E já vinha sendo cobrado por Deus para escolher o meu campo dado pelo Senhor.Entre Arari e Urupadí,fiquei com Urupadí.Fui com o meu pastor na época era o Edinaldo de Medeiros.O pastor Cláudio Otavio o nosso primeiro Missionário no Estado do Amazonas.O ENVIADO AO INTERIOR. Mas,graças a Deus o Pastor Edinaldo entendeu o meu chamado e me enviou.Ficou certo que no mês de setembro viajaria com toda a minha casa,ao interior de Maués uma das muitas cidade do interior do Amazonas.Eu me lembro que não temi nem por um momento de Deixar:A boa escola das minhas filhas,meus amigos,minha família,meu trabalho de pedreiro que por sinal ganhava muito bem,minha casa boa de alvenaria com água,luz e um bonito quintal.Tudo isto deixei agora por uma causa divina.Antes eu fazia isto por ansiedade de minha alma,nunca amei as coisas deste mundo,hoje muito mais,eu só cuido delas para Deus,pois sou o seu mordomo.O MOMENTO DE DEIXAR TUDO.Alugaram um caminhão e que foi cheio das minhas coisas.Coloquei as minhas filhas dentro e descemos para um lugar que nós não tínhamos nada.Tudo o que nós tínhamos estava ficando.A,a minha filha mais velha não pude ir por causa de seus estudos.Estava ficando um pedaço de mim pra trás,mas,eu não desisti,fiz da minha face,face de seixo,pra não chorar.Saímos era dia 09 de setembro de 1992.A CAMINHO DA ESPERANÇA.Chegando em Maués dia 10 de setembro de 92,com todo aquela mudança sem ter onde colocar.Fui em busca de um barco que coubesse tudo aquilo,encontrei um barco chamado de Comandante Leal,dormimos ali naquela noite e saímos a tarde do outro dia.As minhas três filhas alegres.O MOMENTO DA CHEGADA AO ALÉM.Fomos na direção da casa de um irmão Sateré e sua mãe Cacilda Michiles.Chegamos naquele porto era de tarde,coloquei toda a minha mudança na praia e o irmão Alicio já estava ali,e disse a ele que eu ia morar em sua casa,e ele ficou muito alegre.Mas,a casa de era muito pequena pois não tinha onde colocar as minhas coisas,foi preciso nós fazermos um jirau de paus suspenso e ai deu.Onde nós dormíamos não tinha paredes,quando chovia tínhamos que tirar as nossas redes.pra não molhar.O LUGAR DA PROMESSA.Fincamos nossa bandeira naquele lugar,ali seria o nosso quartel de linha de frente,e como foi!Meu objetivo era trabalhar já em uma comunidade já formada, não ter que forma novas comunidades.Aqui nas áreas ribeirinhas temos muitas comunidade com dez famílias,quinze famílias então é mais fácil para o governo Federal,Estadual e Municipal ajudar desta forma o caboclo.E me dirige a uma Co
munidade chamada Aparecida do Pedreiro;falei diretamente com o presidente(o maioral)Que o meu objetivo era trabalhar na pregação do Evangelho,sendo que o evangelho ia atrair muitos outros benefícios para a comunidade.E ele me falará que  ia me dá em outra hora a resposta, depois de reunir todos os comunitário.E assim como acertamos,em dias depois ele me trouxe a resposta,que não podiam me aceitar na comunidade  deles porque eu não era da mesma religião deles,e eu não pode fazer nada;mas,também não bati o pó da minha sandália.Voltei ao quartel,e no dia seguinte fui a outra comunidade,mais próxima do nosso quartel,chamada:São José do Pedreiro.Conversei com o Presidente expliquei os meus objetivos trabalhando com eles,e ele me respondeu a mesma coisa que:Que ele ia reunir os Comunitários e que depois ele me daria a resposta.Com uns dias depois ele me deu a resposta.Que não dava porque eu era crente e eles são Católicos.E eu voltei pro meu quartel,em conversa com o irmão Alicio e a irmã Cacilda sobre o assunto das duas comunidades que fecharam as suas portas para mim.Ela me disse que me daria uma área de terra  de uma hectaria para fazer a igreja.Pois a irmã Cacilda já era uma Sateré batizada na igreja batista ela com a sua nora Laurieta,o irmão Alicio eram também batizado na Metodista Wesleyana lá em Manaus,na época que eu estava fazendo o Seminário.E quando a irmã Cacilda falou aquilo, fiquei muito feliz,pois sabia que Deus queria começar naquele lugar da estaca zero.Como eu fazia culto lá no quartel,já tinha se achegado uma família de Saterés,e já somávamos oito pessoas.AS CONSTRUÇÕES NO LUGAR DA PROMESSA.Fomos fazer logo a limpeza da área,estavam presentes:Alicio Lobo Michiles,Vicente Lobo Michiles,Martísio Rodrigues Filho e Diácono missionário Edivaldo dos Anjos Farias.Roçamos o lugar onde ia ser construída a minha casa.Fomos tirar madeira na capoeira e só encontramos uma arvore chamada de “canela de velha”por sinal muito boa madeira pra terra,tiramos os esteios e caibros e toda a armação.Armamos e agora precisávamos de palha e não pouca e nessa região não tem palha de babaçu só tem de caranã e tem que ser tecida amarrando os talos numa vara de um certo comprimento.Como eu já tinha vivido por uns tempos nessa região já tinha aprendido.E fomos pro caranazal tirar a cobertura tiramos palhas das oito da manhã até as duas da tarde e fomos colocar num recipiente construído por quem tira a palha chamado (Panaku ou kofu).Levamos e começamos a tecer talo por talo até terminar.Cobrimos a casa que media quatro metros de largura por oito de comprimento,já pronta a coberta tiramos mais palha de inajá pra por nas paredes,e consegui aprontar um elhi das paredes,e nos passamos naquela tarde.Cerquei direitinho do lado que vinha a chuva.Atamos as redes das crianças nos cantos da casa pra melhor segurança.A PROVAÇÃO.Lá pelas nove horas da noite se formou um temporal e passou pro outro lado do rio;a impressão que eu tive,quando ele veio de lá foi quebrando pau e arvores,que parecia um grande furacão e entrou dentro de nossa casa levando as paredes que só estavam penduras,levantando as palhas da cobertura fazendo molhar tudo o que estava dentro de casa,mau deu tempo de tirar as redes.A rede que estava a minha casula dormindo colocamos um plástico por cima dela e apertávamos pro vento não levantar,e nós olhávamos pra nós e dizíamos:Gloria a Deus!não tínhamos outras palavras a não ser agradecer.Ali naquela casa passamos a fazer culto e muitas almas foram ganhas pra Jesus.Tinha vontade de melhorar mas não tínhamos como melhorar,ganhava um salario e uma sexta básica.VISITAS INESPERADAS.Uma noite eu estava lá no quartel conversando com o irmão Alicio,nós íamos sair pra pescar,de lá agente escutava o barulho de um motor, vindo nele muito barulho,que nos chamou a atenção quando alguém gritava:Irmão Edivaldo o Senhor é contigo! Ou coisa parecida.Nós fomos de canoa ao encontro daquela voz que gritava,e era a primeira equipe de pastores que vieram no urupadí,nos meados de fevereiro a março de 1993.Era o pastor Edinaldo e a irmã Nicolassa,pastor Francisco e a irmã Dora e outros irmãos que eu não lembro mais,e no domingo seguinte batizamos 11 irmãos para honra e a glória de Deus.Celebramos a primeira Ceia do Senhor naquele pedacinho de chão de 4x4.Começamos a ampliar o lugar;limpando e já começamos a lavrar os esteios pra construção do Templo Maior.Amamos e cobrimos de palha,mas como o ponto era baixo quando chovia varava tudo pra baixo.OS GIGANTES ARMADOS.Não tinha canoa,não tinha remo,não tinha malhadeira,não tinha nenhuma arma pra caçar.Mas,eu tinha Jesus na minha vida.Com muitas dificuldades conseguir comprar um casco de 25 palmos,que nele já comecei a fazer as primeiras grandes visitas.Comecei a fazer cultos de casa em casa,pegava as minhas duas filhas maiores a me acompanhar nas visitas.Pra ir, iam conversando,mas de volta estava uma coladinha na outra com muito frio da noite e dormindo e só se acordavam quando chegava no porto da Vila.As vezes agente pegava grandes tempestades no rio,se escondíamos debaixo de plástico e isso só me fortalecia ainda mais a fazer a obra do Senhor.Consegui comprar uma malhadeira pra pescar,e quando agente colocava e que o boto roxo deixava, agente comia peixe.Mas,quase sempre          o boto ganhava da gente,vindo pelo fundo devagar e derrepente! puxava o peixe que naquele momento estava entrando na malhadeira.Ai ficávamos sem o alimento daquele dia.Com muito sacrifício comprei uma espingarda velha calibre 16.Com ela eu ia caçar com os irmãos e matávamos guaribas e cutias.Mas,nem sempre era assim.Pra mim ir pra Maués era uma luta armada,já ficava triste quando tinha que ir.Tinha que pegar uma canoa e ficar esperando do outro lado do rio pra fazer parada pro barco pra pedir uma passagem.As vezes diziam que não dava que o barco estava muito cheio,e tinha que aguarda um outro e quando vinha!E por duas vezes sai as três horas da madrugada de remo,eu o meu sobrinho Helber e minha filha Djeirlane,pra buscar a nossa sexta básica.E gastávamos 12 horas de remo sol e calor e muito cansaço,quando chegava em Maués tinha medo de voltar e Deus permitia que eu passasse por estas grandes provações eu contava lá em Manaus,mas,ninguém me ouvia.Visitei o Marau por duas vezes indo de canoas e ganhamos muitas almas e até curas divinas o Senhor fazia através da nossa equipe.Uma das nossas igrejas conseguiu me mandar uma oferta pra mim comprar um motor de segunda mão e encontrei um motor já meio surrado marca Honda de 5,5Hp.Ai já melhorou muito,e pelos uns seis meses me ajudou bastante,deixei de remar.Mas,como ele era velho deu um problema no cabeçote e não encontrei peças de reposição.Voltei pro remo de novo e com isso todos os anos fazíamos dois batismos coletivo.Sempre que vinha equipes tinha gente pra se batizar.Por muitas vezes com a minha família passamos por provação de falta de comida.Nosso rancho era pouco e nós éramos muito,e quase sempre depois do dia 20.Ai que a porca torcia o rabo.Comprar de quem,com que.As minhas filhas entravam nas matas pra tirar frutas silvestre que desse pra matar fome.Tiravam tapurus de coquinhos,tiravam um coquinho chamado de piririma.Mas pra isso já tínhamos vindo do rio com raiva dos botos.Quando nada mesmo agente fazia um pirão grande colocava sal e pimenta e ia comer todos nós juntos.Um dia eu fui com elas procurar comida no mato,rodamos todas aquelas matas e não achamos foi nada pra comer.De volta tinha uma cobra espichada no meio do caminho e com medo cortei a cabeça dela,e ela ficou toda se enrolando no,e veio a pergunta!Tu não esta procurando comida.Taí.E,peguei na calda daquela cobra e fui arrastando em direção da minhas casa e joguei ela no terreiro.E mandei as minhas filhas fazerem o fogo,e já fui pegando a faca e torando a cabeça jogando fora,partindo a barriga da cobra, que não tem nada de bucho,lavei e pus sal e coloquei no fogo.As minhas filhinhas todas a beira do fogo abanando pra assar rápido,começou a cheirar e logo ficou assada a cobra .Oramos, convidei a minha esposa mas,ela não quis,e um das minhas filhas pegou um pedaço e escondeu porque as outras estavam comendo muito rápido.Terminamos a minha filha casula disse pra mim,pai! porque que a minha barriga tava querendo comer,mas, a minha boca não?Outro dia também não tínhamos nada.Peguei a minha espingarda e sai pra matar algum juruti para comer.E deixa estar;que eu tinha um cachorro que se chamava de Petrobras.Eu sai escondido do Petrobras,e lá na mata e vi uma juruti sentar debaixo de uma árvore,e fui abaixado,ajeitando bem,pra não errar.E derrepente o Petrobras saiu correndo em direção que estava a minha caça.Me deu uma grande raiva,mirei em direção ao Petrobras mas,não deu coragem de mata-lo.Eu pensei!Mas,vou dar um pizão nele.Chamei-o pra bem perto de mim e dei o tal pizão,que na hora saiu do meu pé a sandália e meu pé foi ao encontro de um braço de tucumã,errando assim o cachorro,mas,não errei os duzentos espinhos no meu pé.Fiz a espingarda de muleta e gritando.Gracielle! Nem comida.Mas o sabor da comida pra mim era dor.Minha esposa passou a tarde tirando espinhos,o meus pés ficaram cheios de buracos de golpes de facas.E as almas se achegando cada vez mais.Agora já não era mais uma congregação e sim uma comunidade.Escolhemos o nome dela de Monte Salém.Os moradores das comunidades vizinhas que aceitavam Jesus eram expulsos das comunidades Católicas e vinham pra Monte Salém fazerem as suas casas.No ano de 1995,a igreja comprou um motor velho do irmão José Wilson e um bote.Fui uma benção muito grande pra mim,comecei a fazer as visitas de lancha.Já estava morando na casa Pastoral.Eu e a minha esposa plantamos um feijoal e a minha filha Djeirla deu uma grande alergia,por ela ter comido muita arraia e peixe liso.Veio a dar um tumor no troco do pescoço dela,quando cheguei do feijoal ela estava passando mal quase a gritos.Mandei que se arrumassem que nós íamos embora atrás de socorro.Coloquemos todas as nossa bagagens no bote e saímos voando,no meio da viagem, e no meio do rio a motor trancou inesperadamente e nesse momento vinha um grande do temporal.E com um pedaço de tábua e as meninas com sandálias,e a Djeirla com dor,só deu pra nós chegarmos na praia caiu o tempo muito forte.Colocamos o plástico sobre as crianças e nós dois dentro da água segurando o bote das ondas.A chuva foi passando e logo ouvimos barulho de um motor,remamos pra fora do igapó era um senhor Adventista que trabalha com madeira,fiz sinal pra ele,e ele parou contei minha historia,mandou embarcar pra dentro ajudou amarrar as nossas redes e nos deu comida e mais o reboque até em Maués e não nos cobrou nada.Uma benção de Deus.Cheguemos em Maués já quase na hora do barco sair pra Manaus>Guardei o bote e entramos no barco de linha e a minha filha com muita dor compramos remédios contra dor,mas,não passava.Em viagem o tumor furou e passou mais a dor.Cheguemos em Manaus o pastor  Francisco me ajudou e internamos ela.E a medica me disse que a minha filha estava correndo risco de vida.Pois o tumor estava muito perto da meninge,que se chegasse inflamar,pegaria a meningite e ia ser mais complicado.Pedi que todos os irmãos orassem pela minha filha e graças a Deus ela sai fora de perigo,indo pra nossa casa em Manaus.De todos os meios o inimigo queria me tirar da linha de frente,mexendo com minha família,só que Jesus me dava vitórias.Em 1994,estávamos conversando na cozinha da pastoral com o irmão Roci a respeito da igreja e a minha filha Djeirlane se embalava na sala e Deus já tinha me dado o meu pedido de um filho homem,e seu nome é,Djeymerson.Ele estava com uns três meses a rede que ele estava dormindo estava debaixo de um jirau de tábuas cheio das nossas caixas e as tábuas era muito pesadas,mas,não estavam pregadas de um travessão pro outro e com os embalos foi cedendo,a minha esposa estava a um metro do bebê,quando tudo despencou em cima do meu filho aquele monte de destroços.No meio daquele barulho se ouvia um grito de socorro em terror,meu filho!Eu em desespero corri com o irmão Roci começamos a tirar os destroços de cima de meu filho abrimos a rede pra acudirmos ,ai então que ele se espreguiçou e se acordou.Uma tabua veio de ponta a um palmo da cabecinha dele deixando um buraco na rede,mas não tocou nele.È promessa de Deus pra mim que tem promessa não morre.Logo eu orei por ele sete anos e Deus me deu ele.Minhas filhas estudaram em varias comunidades daqui da região.Mas,chegou um período que não podíamos  estar com elas no interior,tínhamos que mandar pra cidade.Foi quando eu passei a morar em Maués.A igreja do P.10 me mandou um valor de um aluguel de uma casa de 3º
e aluguei uma casa velha com muitos buracos nas paredes e muito mosquito.Me aconselharam a conversar com a líder da Jocum de Maués a deixar as minhas duas filhas mais velhas internada na base enquanto eu ficava no interior,acertamos um preço pra pagar as mensalidades,mas com o salário que eu ganhava não dava pra mim ir muito longe





PEDIDO DE AFASTAMENTO DA OBRA E CHEGADA DO PRESBÍTERO ISAIAS DE RONDONIA 

No final de 1988 como já tinha pedido que viesse outro obreiro pra ficar no meu lugar,o Concilio enviou um presbítero por nome Isaias com toda a sua casa.Um homem muito trabalhador em agricultora.Em janeiro de 1999 ele chegou e com ele passei 3 dias mostrando os nossos trabalhos,e fui a Manaus me congregar na igreja da Paz com o pastor Manoel de Oliveira.

DE VOLTA A IGREJA DA PAZ.

Como tinha pedido afastamento do Campo Missionário tava trabalhando de padeiro,fazíamos pães pelas madrugadas e saia a vender cedo e estava levando a vida,mais meu coração estava em urupadí.

MORTE DO PRESBITERO ISAIAS

Numa manhã recebi um telefonema do pastor Antonio dizendo que o uma árvore tinha caído em cima do presbítero Isaias fazendo desmatamento,e que nós tínhamos que ir até Maués,um irmão nos cedeu um avião de quatro passageiros e fomos sobre o Rio Amazonas parecíamos um jacina 


,ainda bem que logo chegou o final das aulas e a minha esposa disse que queria passar o natal lá em casa em Manaus.Pegamos todas as meninas e fomos pra Manaus.Chegando na sala de casa a minha esposa disse que pra lá pro Urupadí nunca mais,mas eu pensava que ela estava brincando.Não, pra não tudo o que nós estávamos passando ela esta guardando no seu coração.A separação dos filhos,casa em ruína,salário atrasava,prometiam as coisas e não cumpriam.E vieram as esposas dos pastores e os pastores e não conseguiram dobra-la.Decidiram não me mandar mis pro campo,depois de seis meses que eu estava em Manaus dando aula dominical senti uma furada nas nádegas muito no fundo isso era de manhã,quando foi três da tarde eu estava andando engatinhando pra ir ao banheiro,a mão de Deus estava pesando sobre mim.Mas,não foi eu que disse não pra Ele,foi minha esposa,só que o Senhor disse que eu sou o cabeça.Andei até pelo Secom,pois pensavam que eu estava com um câncer nas nádegas e com 30 dias de pura dor, veio furar um tumor do tamanho de uma laranja grande,saiu tanta matéria podre que fiquei flutuando na maca que estava.Depois de 20 dias somando com os 30 de dor interou 50 dias de bom pelejar com esta tão grande enfermidade.

A MUDANÇA DA GRACIELLE.

Depois que eu já tinha apanhado muito,a minha esposa decidiu que voltaria ao Urupadí,e o pastor Antonio me mandou em janeiro de 2000 a levantar uma Congregação em Maués.Voltei com toda a minha família pra Maués,me deram uma cota para o meu aluguel,aluguei uma casa e fazias as visitas básica e depois tive que mudar daquela morada pois a dona já queria a casa que a filha dela estava vindo para Maués.Sair a procurar uma outra casa e encontrei no Conjunto da Suhab,aluguei,e com isso já tinha ganhado uma família pra Jesus.Um dia recebi visitas do pastor Osimiro como o pastor Huds,e viram a condições que eu estava passando,com um salario mínimo a situação não estava fácil.Aquela equipe  voltou a Manaus e com uns dias tive a noticia que tinha que deixar Maués com urgência ,que a igreja não tinha condições pra me sustentar no campo ,sem condições foi ter com o prefeito que me cedeu uma caçamba pra transportar as minhas coisas até o barco de linha.

DE VOLTA AO TRABALHO SECULAR.

De volta ao trabalho secular não tinha mais a minha clientela de antes,fiquei pensando!Tenho que procurar outra profissão pra manter a minha casa,que a de pedreiro não tinha mais como recuperar de imediato,pus bagageira em uma bicicleta de corrida que tinha ganhado de uma irmão da igreja,Com uma bolsa que a minha esposa fez pra colocar as minhas ferramentas,já tinha consertado alguns dos meus ventiladores,porque não consertar dos clientes!.Sair anunciando o meu trabalho nas ruas de Manaus[conserta-se ventiladores,amola-se facas,tesouras,alicates e maquinas de costura],e o que aparecia pra consertar,consertava,comecei andar pra longe do meu bairro,até que um dia o carro me atropelou em via publica da cidade nova.Mas,parece que saí encima de um colchão,não me feri em nada.Pode sentir o cuidado de Deus por mim,Deus cuidando de mim.Mas,nunca me desliguei das noticias de Urupadí,sempre   que alguém vinha de lá procurava saber
algo,e depois que fui atropelado coloquei a minha oficina em frente a minha casa e comecei a ganhar dinheiro.

NOVAS OPORTUNIDADES


Já sabendo que tão sedo ia voltar pro campo missionário, e que a palavra dos meus líderes era que eu tinha que fazer uma reciclagem,por um tempo.
Então,fiz cursos pra conclui o meu ensino médio,terminei,fiz curso básico de inglês,terminei,fui fazer curso de eletrônica digital e analógica,terminei,fiz curso de rádio e televisão,nós primeiro meses tive grande dificuldade de pagar as mensalidades,e me informara que se eu fosse conversar com o gerente do SENAI eu poderia  conseguir o curso de graça,e como consegui.Tudo isto consegui com muitas lutas e sacrifício.Eu pedalava em torno de uma hora e vinte de ia e volta numa bicicleta que ganhei de uma irmã da igreja.Ia do bairro da Paz a bola da Suframa todos os dias,era o meio de chegar mais rápido.

           A PERSEVERANÇA TEM RECOMPENSAS

Lembro-me do dia que fui fazer a minha matricula pois ainda não tinha terminado o ensino médio,me pos na vila de inscrição,quando chegou a minha vez,a moça me pediu os documentos e não tinha o certificado do Ensino Médio,disse que não tinha,mais que tinha do ensino fundamental e ela me disse que não ia poder fizer  a minha inscrição.E ,olhei pra ela e disse que eu queria fazer o curso.Ela me disse que eu não ia poder acompanhar os outros alunos.E eu disse que eu ia conseguir.E ela com o tom de aborrecida me ignorou atendendo outros alunos que estavam na fila,e eu sentei bem em frente  dela com os meus documentos na mão,ela me olhava de canto de olho e eu também a ela,e as horas foram se passando e terminando os que estavam na fila,Quando não tinha mais ninguém pra ser atendido ela me chamou pedindo os meus documentos e fazendo a minha inscrição,e sai dali muito feliz com Deus,e graças a Deus não tive problema nenhum com as matérias,passei em todas.
          
 DIPLOMADO


Agora com muitos diplomas comecei investir mais ainda na minha oficina com  mais conhecimentos  e tempo pra que tudo que saísse fosse em bom estado de garantia.Comecei a mexer na minha casa,construindo um baldrame para aumentar os quartos.Todos os dias nunca me faltava dinheiro pra comprar e pagar os meus compromissos.







AS MÁ NOTICIAS VINDAS DE URUPADÍ

 Estava atento no meu trabalho,mais de olho no campo missionário,chega por este período o irmão Alicio com a sua mãe Cacilda Batista para nos comunicar que estava havendo uma divisão entre famílias, por falta de experiência do obreiro que estava responsável daquele lugar,não tendo sabedoria de tratar com uma situação de troca de coordenadoria da comunidade,vindo a tomar a credencial de coordenador do irmão Alicio,fazendo o irmão se revoltar contra o pastor.E também orientando ao irmão Arteme a saquear os bens de Monte além,levando o motor Serra e uma TV de 20”.Levei os irmos  lá com o pastor Osimiro que ouviu toda a história.O pastor Osimiro lhes deu a palavra que ia levar o fato ao Senhor Bispo e assim o fiz.

DECISÕES DO CONCILIO DE 2003

 Nessa época o pastor Huds estava responsável pelo Urupadí junto com o pastor Osimiro Leite.Todos foram ao Concilio em porto velho e eu fiquei na minha oficina trabalhando e numa manhã recebi um telefonema do pastor Huds