Eu me lembro,que quando agente adoecia não tínhamos posto médico,agente de saúde,só em Itacoatiara que tinha recursos e era muito ruim adoecer.Em 1970,deu uma grande epidemia de sarampo muito grande em todo o Arari,em casa começou cair as minhas irmãs e sobrinhas e meu irmãos João Carlos.Fiquei muito magro,minhas irmãs também.Foi se levantando de um por um com sabugueiro,mas,a minha sobrinha piorava a tal ponto que ela veio a falecer.A minha irmã RAIMUNDA,muito sentida com a morte de sua filha,ficou também bem doente (Além do sarampo que a consumia a sua saúde,agora a perda de sua segunda filha a fragilizou a inda mais.Um dia ela saiu do quarto,sentiu fome.Eu,e o meu irmão fomos pescar, quando saímos ela ficou sendo catada pela minha mãe bem na porta de nossa casa.Nós atravessamos o rio para pescar,e de repente, ouvimos grito de socorro,e logo saímos remando com muita pressa,subimos e a minha irmã estava muito agoniada com falta de ar,ela falou pro meu irmão:Mano, me sacode,ele sacudiu,sacudiu,e sacudiu pra ver se ela encontrava ar,mas cada vês mais sem ar,então ela disse já sem ar, me bota na rede e colocou-a na rede,agonizando firmando os olhos pra nós,como dizendo: Vocês não puderam me salvar!Foi uma coisa tão ruim pra mim,como pra toda a minha família,em 1970 eu estava com 11 anos quando aconteceram estas coisas.Ficou um menino pra nós criarmos como nosso filho.
Passou a epidemia,tocamos nossa vida, já tínhamos 14 cabeças de gado,sete hectarias de campo e roças.Lembro-me que sempre vinha o barco da sucam de 06 em 06 meses para borrifar as casas do carapanã da malaria e trazer vacina a todos os ribeirinhos,e eu já sabendo disso,ao ouvir o barulho do barco logo corria pro mato e me escondia onde ninguém podia me achar,pois tinha muito medo de tomar injeções,e só voltava do mato quando ouvia o barulho do barco saindo do porto de minha casa
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